Nos últimos 39 anos, o Rio de Janeiro se destaca como o único estado brasileiro a registrar aumento em sua cobertura florestal. Houve expansão na área de Mata Atlântica, bioma no qual está inserido, de 30% para 32% do território — o que equivale a um ganho do tamanho de 87 mil campos do Maracanã. Enquanto isso, no mesmo período, o país como um todo perdeu 33% de suas áreas naturais, fazendo com que a área verde passasse de 20% para 13%. Os dados são do Mapbiomas de 2023, uma iniciativa do Observatório do Clima, que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia.
Mas as queimadas ainda preocupam. Apenas de 11 a 27 de setembro, quando o Rio enfrentou altas temperaturas, o fogo destruiu uma área verde de 2.757 hectares em 16 unidades de conservação, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). De janeiro a agosto deste ano, o Monitor do Fogo do Mapbiomas registrou 37.595 hectares queimados no estado, um aumento de 242,74% em relação ao ano passado inteiro.
Coordenador técnico do estudo e pesquisador do MapBiomas, Marcos Rosa atribui o resultado positivo do Rio à consolidação de projetos ambientais e políticas públicas voltadas para o reflorestamento.
"O Rio de Janeiro é um estado interessante porque, quando olhamos para seu território, vemos que a região tem projetos de replantio há anos. Podemos chegar à conclusão de que a consolidação de políticas ambientais é um dos caminhos para que os processos sejam contínuos. Todas essas novas áreas não absorvem tanto carbono como uma floresta mais antiga, mas absorvem e fazem a proteção da água, melhorando a qualidade das nascentes", afirmou Rosa.
O Rio está totalmente inserido na Mata Atlântica, um dos seis biomas do Brasil: os outros são Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal. De acordo com o Inea, responsável pela gestão de mais de 40 unidades de conservação, os maiores fragmentos florestais no estado estão concentrados na Costa Verde (Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba) e nas cadeias montanhosas da Serra do Mar. O órgão informou que os maiores ganhos florestais foram em Campos dos Goytacazes (dez mil hectares), Nova Friburgo (8.850 hectares), Teresópolis (6.750 hectares), Rio de Janeiro (6.700 hectares) e Petrópolis (6.450 hectares).