A CET-Rio estuda a implantação de uma motofaixa na Avenida Rei Pelé, antiga Radial Oeste, no Maracanã. Essa seria a segunda da cidade, após a que foi colocada na Autoestrada Lagoa-Barra no último mês de agosto.
Dados do Detran-RJ mostram que, de setembro de 2019 até o mesmo mês deste ano, o número de motos no estado do Rio aumentou 30%, saltando de 1,035 milhão motocicletas para 1,347 milhão. A frota total fluminense, para efeito de comparação, cresceu 13% no mesmo período, chegando aos 8,384 milhões em setembro.
As explicações para o salto estão relacionadas à adesão de entregas de comida em domicílio, intensificado durante a pandemia. Outro fator importante foi a criação da categoria "moto" nos aplicativos de transporte de passageiro nesse período. A convivência no trânsito, no entanto, tem sido complicada: motociclistas e motoristas costumam ter reclamações uns dos outros.
De janeiro a setembro deste ano, o número de infrações cometidas por motos no estado chega a 692,3 mil, 17% do total de multas de todos os tipos de veículo no período. Em nove meses, o valor já superou os 662,2 mil de todo o ano passado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o número de colisões envolvendo motos também aumentou, se comparados os nove primeiros meses deste ano com os do ano passado: foi de 19.797 para 24.568, aumento de 24%. A alta nos valores também se repetiu no número de quedas — aumentou de 8.800 para 10.995 (aumento de 25%) — e atropelamentos envolvendo o veículo de duas rodas, que foram de 1.893 para 2.241 (aumento de 18%).
Dados do Datasus, do Ministério da Saúde, mostram que, até agosto deste ano, mais de 5,8 mil pessoas foram internadas no estado do Rio em decorrência de acidentes de moto. Com números mapeados desde 2008, o ano passado foi o que teve maior número de pacientes atendidos, 7.844. Já 2021 foi o ano de maior número de mortes — foram 167 — de pacientes vítimas de acidentes no estado: até agosto deste ano, foram 120.
Segundo a CET-Rio, nos dois meses de existência da primeira motofaixa da cidade, na Autoestrada Lagoa-Barra, não foram registrados acidentes relacionados à nova faixa, enquanto, entre 2022 e 2023, a média era de 1,4 sinistros com motos por mês. Por dia, a média é de 8 mil motos passando na faixa segregada. Também foi constatado pela prefeitura que "houve grande redução na quantidade de conflitos", informa CET-Rio, que também realizou pesquisa de satisfação com mais de 1,1 mil usuários, incluindo motoristas de automóveis, assim como motociclistas particulares, de aplicativo e de entrega. 98% das pessoas ouvidas recomendaram a implementação de motofaixas em outras vias da cidade.