Após 16 dias de seca, chuva forte atinge o Rio e causa transtornos em vários bairros

Ao todo, foram 15 quedas de árvore na Zona Sul e Centro durante o temporal.

Por Adriana França em 12/03/2025 às 20:36:31
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Foto: Reprodução

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Depois de 16 dias de seca pelo Rio, e precipitação em pontos isolados no dia anterior, choveu forte com ventania na noite desta quarta-feira (12/03) na cidade. Segundo o Alerta Rio, houve registro de "chuva muito forte" na Urca, em Laranjeiras e Santa Teresa. Este último, bairro em que mais choveu, chegou a cair granizo. Às 19h15, a Defesa Civil emitiu um alerta de chuvas intensas e vento, válido até o início da madrugada de quinta-feira. Os impactos da chuva englobam quedas de árvores, além de atingir usuários do metrô, que teve oscilação no fornecimento de energia e os intervalos das linhas 1, 2 e 4 ficaram irregulares. Raios e trovões também foram registrados.

Às 18h30, o radar meteorológico indicava núcleos de chuva atuando sobre a Baía de Guanabara e a Ilha do Governador, primeira região da cidade em que moradores relataram chuva forte nesta noite. Em seguida, foi a vez de moradores da Zona Sul — Cosme Velho, Copacabana e Laranjeiras — são alguns deles — verem a chuva. Alguns chegaram a falar em "dilúvio" em Botafogo. Na Rua das Laranjeiras, alguns motoristas ficaram ilhados. Um deles precisou se abrigar na caçamba de um furgão, enquanto a água barrenta havia passado da altura dos pneus.

Na Glória, ruas ficaram alagadas. A região central também foi afetada: na Lapa, por sua vez, a Rua Gomes Freire foi transformada num rio, com lixo boiando e água acima do pneu dos carros. Houve queda de luz, que durou pouco tempo, em Santa Teresa, por exemplo. Também choveu forte em Niterói e em São Gonçalo.

As estações meteorológicas do sistema Alerta Rio em que mais choveu nas últimas quatro horas, segundo medição das 20h23, foram Santa Teresa (59,2mm), Urca (43,2mm), Laranjeiras (35,6mm) e Saúde (23,8mm). Em Santa Teresa, no período, choveu 97% de todas as precipitações deste mês. Já na Urca, a quantidade foi equivalente a 96%; na Saúde, 90%; e em Laranjeiras, 82%.

Já o vento chamou a atenção em Copacabana e no Centro. Em menos de meia hora, entre as 19h11 e 19h38, os bombeiros foram acionados para 14 ocorrências de corte de árvore na cidade. Na Zona Sul, os locais estão na Lagoa, em Ipanema e em Laranjeiras.

Neste último, o quartel do Catete acionado para uma queda de árvore na Rua General Glicério, sem vítimas. Em setembro, no mesmo local, uma árvore de 20 metros caiu e feriu um adolescente de 15 anos, que passava de bicicleta pelo local. Seu braço, na ocasião, foi perfurado e ele foi socorrido no Hospital Miguel Couto.

Impacto nos transportes e queda de energia elétrica

Houve relatos de passageiros do metrô reclamando de passarem mais de meia hora com as composições paradas. De acordo com a MetrôRio, houve uma oscilação no fornecimento da concessionária de energia. "Por conta disso, houve acionamento de proteção interna no sistema metroviário" e as equipes de manutenção da concessionária estavam atuando para normalizar a circulação de trens. Os intervalos ficaram irregulares nas linhas 1, 2 e 4. Às 20h24, a circulação foi normalizada, segundo a MetrôRio.

Na estação General Osório, por exemplo, os passageiros foram orientados a desembarcar da composição e as plataformas ficaram lotadas. Procurada, a Light pontua que há equipes técnicas atuando em trechos de ruas do Maracanã e Botafogo, "afetados por um forte temporal que atingiu a rede elétrica".

Fo registrada falta de luz na Cidade Nova e no Estácio, como na Rua Salvador de Sá, e também no Rio Comprido. Metade da primeira galeria do Túnel Rebouças, no sentido Zona Sul, também está às escuras, assim como um trecho da Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa.

Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou chuvas abaixo da média ao longo dos últimos 90 dias em quase todo o Rio, com destaque negativo para o mês de fevereiro, quando o estado inteiro teve números alarmantes, muito inferiores ao esperado. Em fevereiro, a capital teve o mês mais quente dos últimos 28 anos.
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