O ano de 2024 foi o mais quente já registrado na história, superando a marca atingida em 2023. Pela primeira vez, a temperatura média global ultrapassou o valor de 1,5°C de aumento em relação aos níveis pré-industriais, conforme anunciou nesta sexta-feira (10) o centro europeu Copernicus.
De acordo com os dados, a temperatura média global foi de 15,10°C, estabelecendo um novo recorde histórico e representando um aumento de 1,6ºC em comparação com a era pré-industrial.
O limite de aquecimento de longo prazo de 1,5ºC, definido no Acordo de Paris de 2015, refere-se ao aumento de temperatura global ao longo de 20 anos. Apesar da elevação registrada em 2024, o planeta ainda não ultrapassou oficialmente o limite estipulado no acordo.
A equipe europeia calculou aquecimento de 1,6º C (2,89º F). O Japão encontrou 1,57º C (2,83º F), e os britânicos 1,53º C (2,75º F) em divulgações de dados coordenadas para a manhã de sexta-feira.
As equipes de monitoramento dos Estados Unidos - a Nasa, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica e a Berkeley Earth, uma instituição privada - devem publicar seus números mais tarde, mas todos provavelmente mostrarão um recorde de calor para 2024, indicaram cientistas europeus.
Os seis grupos compensam de diferentes maneiras as lacunas de dados nas observações - que remontam a 1850 -, portanto os números variam ligeiramente.
"A principal razão para essas temperaturas recordes é o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera" pela queima de carvão, petróleo e gás, disse Samantha Burgess, líder estratégica de clima em Copernicus. "À medida que os gases de efeito estufa continuam se acumulando na atmosfera, as temperaturas continuam aumentando, incluindo no oceano, os níveis do mar continuam subindo, e as geleiras e camadas de gelo continuam derretendo."
O ano passado eclipsou a temperatura de 2023 na base de dados europeia em 1/8 de grau Celsius. Isso é um salto incomumente grande; antes dos últimos dois anos super quentes, os recordes de temperatura global só eram superados por centésimos de grau, observaram os cientistas.
Os últimos 10 anos são os dez mais quentes já registrados, e provavelmente os mais quentes em 125 mil anos, observou Burgess.
O dia 10 de julho foi o dia mais quente já registrado pelos seres humanos, com média global de 17,16º C (62,89º F), encontrou Copernicus.
De longe, o maior contribuidor para o aquecimento recorde é a queima de combustíveis fósseis, disseram vários cientistas.
Um aquecimento natural temporário do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico Central adicionou uma pequena quantidade, e uma erupção vulcânica submarina em 2022 acabou esfriando a atmosfera porque colocou mais partículas refletoras nela, assim como vapor de água, indicou Burgess.