PF faz buscas contra assessores de Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante por suposto desvio de cota parlamentar

Grupo teria usado empresa de locação de veículos para simular contratos de serviços que não foram prestados; g1 tenta contato com parlamentares citados.

Por Adriana França em 19/12/2024 às 12:04:39
Foto: Reprodução

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A Polícia Federal faz buscas nesta quinta-feira (19/12) em endereços ligados a assessores dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

A operação, intitulada "Rent a Car", foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. O magistrado negou o pedido de buscas contra os próprios parlamentares – a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra.

Ao todo, seis mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, em Tocantins e no Distrito Federal. Os nomes dos assessores alvos dos mandados não foram divulgados.

Segundo a PF, agentes públicos e empresários teriam estabelecido um "acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares". Para isso, teriam usado contratos falsos com locadoras de veículos.

Os indícios, segundo apurou a GloboNews, incluem transferências "sem justificativa aparente" e o chamado "smurfing" – aquela prática de dividir uma transferência de dinheiro irregular em pequenos depósitos sucessivos para que a transação não apareça no radar dos órgãos de fiscalização.

A PF apura também suposta relação desses assessores com uma empresa já citada em investigações por fraudes em licitação no Amazonas.

O que dizem os deputados

Sóstenes Cavalcante afirmou que ficou sabendo dos mandados pela imprensa, e que seus advogados aguardavam para acessar o processo.

O parlamentar disse que conversou por telefone com Carlos Jordy, e que ambos têm contrato com a mesma locadora de veículos – que, segundo o próprio Sóstenes, atende seu gabinete desde o primeiro mandato (2015 a 2018).

Sóstenes disse que não tem "nada a temer" e que vai "esclarecer o que tem que ser esclarecido".

Jordy subiu à tribuna do plenário da Câmara para comentar o caso, chamado por ele de um "triste capítulo da nossa democracia relativa".

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