Rio registrou 23 crianças baleadas em 2024

O levantamento é da Plataforma Fogo Cruzado

Por Adriana França em 08/12/2024 às 08:22:20
Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Dados da plataforma Fogo Cruzado mostram que somente em 2024, 23 crianças foram vítimas da violência armada do Rio. Os números mostram ainda que três delas foram assassinadas no estado por armas de fogo. Ao somar os dados com os adolescentes de 12 a 17 anos a estatística é mais cruel: são 57 menores de idades baleados neste ano, sendo 19 mortos.

No fim da última semana, a guerra entre traficantes e milicianos no Rio fez mais uma vítima, interrompeu mais um sonho de criança e destruiu outra família. Kamila Vitoria Aparecida de Sousa Silva, de 12 anos, morreu após ser baleada durante um confronto entre bandidos rivais na Favela da Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte do Rio, por volta das 21h desta quinta-feira. Ela brincava numa quadra de futebol quando foi atingida pelo disparo. O pai e vizinhos ainda socorreram a menina ao Hospital municipal Salgado Filho, mas ela não resistiu aos ferimentos.

Desde 2007 são 114 crianças mortas a tiros desde 2007

Pelo menos 114 crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos morreram vítimas de armas de fogo, a maioria por bala perdida, no Estado do Rio de Janeiro, de 2007 até novembro deste ano. Os dados fazem parte do levantamento feito pela ONG Rio de Paz. Parte dessas mortes ocorreu durante incursões policiais, como no episódio em que a menina Ágatha Vitória Sales Félix, então com 8 anos, morreu na localidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, em setembro de 2019.

Em dezembro de 2020, as primas Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos, foram baleadas e morreram enquanto brincavam na porta de casa, no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em 2022, a Justiça decretou as prisões preventivas de Leandro Santos Sabino, vulgo Trem, e Lázaro da Silva Alves, conhecido como Mestre.

Em agosto de 2023, Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos, morreu baleada enquanto brincava dentro de casa, na Ilha do Governador, um pequeno imóvel no Beco Xavante, de frente para a Avenida Paranapuã, onde acontecia uma manifestação de moradores pela morte de um adolescente de 17 anos, baleado pela polícia horas antes.

Em 1º de novembro, Carlos Eduardo Cabral de Moura, que tinha 5 anos, morreu quando caminhava ao lado da mãe no bairro Nova Belém, em Japeri. A criança foi atingida quando agentes do Programa Segurança Presente foram alvos de disparos vindos da comunidade Lagoa do Sapo.

Comunicar erro
Alerj
Anuncie Google