O Brasil vive um cenário de forte geração de empregos em 2024 — até outubro, o saldo foi de 2.117.473 postos de trabalho criados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) —, mas também observa um aumento no número de demissões a pedido. Entre janeiro e outubro deste ano, 7,2 milhões de trabalhadores pediram para deixar as empresas, o que equivale a 36,6% do total de desligamentos, conforme um estudo feito pelo FGV Ibre. Isso representa crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2023.
Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV Ibre e uma das autoras do estudo, diz que a taxa de demissões a pedido pode ser um dos termômetros do pleno emprego, conceito para quando o desemprego alcança nível mais baixo possível, sem gerar pressão inflacionária.
"O que observamos é que o mercado de trabalho está indo muito bem, impulsionado pela atividade econômica aquecida e pelo aumento das contratações em diversos setores. Com a demanda por mais mão de obra, muitos trabalhadores, optam por pedir demissão em busca de novas oportunidades", diz Janaína.
Busca por flexibilidade
Embora muitos trabalhadores busquem novas oportunidades em outros empregos, Janaína Feijó diz que esse não é o único motivo para as demissões a pedido. Ela aponta a busca dos mais jovens por mais flexibilidade e a decisão de alguns de empreender.