A Águas do Rio concluiu o reparo na adutora que se rompeu em Rocha Miranda, na Zona Norte, e provocou a morte de Marilene Rodrigues, de 79 anos. O serviço foi finalizado na noite de quarta-feira (27/11), mas as equipes da concessionária vão permanecer na Rua das Opalas para o trabalho de recomposição do asfalto, que será finalizado até o domingo (1º).
De acordo com a Águas do Rio, em casos de acidentes com adutoras, a concessionária "ativa o plano de emergência para garantir acolhimento, limpeza das áreas e restabelecimento do abastecimento". A empresa informou que ofereceu estadia em hotel e alimentação à três famílias afetadas. Entre elas, a de Monique Cristina Braga de Souza, filha da idosa que morreu soterrada, depois que a casa dela desabou com o rompimento da tubulação. O corpo da vítima foi sepultado nesta quarta-feira, no Cemitério de Irajá.
Ainda segundo a empresa, a família está hospedada na Zona Norte, desde a noite de terça-feira (26/11). O rompimento ocorreu na madrugada do mesmo dia. Durante o sepultamento, Monique, que tem um filho com Síndrome de Down e uma filha de 2 anos, chegou a dizer que a empresa ofereceu estadia de dois dias, após negociações. Mas, a concessionária afirmou, em nota, que os famílias impactadas estão recebendo suporte contínuo e que apoio será mantido até que a Defesa Civil Municipal desinterdite os imóveis.
A adutora tem 74 km de extensão e faz parte de um sistema de abastecimento que, segundo a concessinária, "é complexo e antigo em toda a Região Metropolitana do Rio, cuja modernização está em curso desde o início da concessão". No momento do rompimento, passavam 511 litros de água por segundo no trecho. A tubulação é de concreto e tem diâmetro de 1,75 metros. No último domingo (24/11), outro rompimento havia ocorrido na mesma adutora, na Rua Fausto Cardoso, também em Rocha Miranda.
Em nota, a Águas do Rio destacou que, durante a paralisação programada do Sistema Guandu foram realizadas mais de 80 intervenções, incluindo instalação de válvulas automáticas para reduzir vazamentos, monitoradas pelo Centro de Operações Integradas da concessionária. "Os equipamentos fazem parte do projeto de melhoria e segurança do abastecimento, em curso desde o início do ano, com a instalação de 266 válvulas".
O rompimento da adutora é investigado pela 40ª DP (Honório Gurgel) e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio (Agenersa) abriu um processo regulatório para apurar as causas do acidente e as responsabilidades da concessionária. A Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (Sedcon) e a Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio (Procon-RJ) notificaram a Águas do Rio por falha na prestação do serviço. A concessionária tem 15 dias para apresentar defesa, sob pena de multa que pode chegar a mais de R$ 13 milhões.
Devido ao incidente, o abastecimento segue impactado em bairros do Rio, bem como das cidades de Japeri, Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, por conta da redução da operação do Sistema Ribeirão das Lajes, do qual o adutora faz parte, para o reparo. Com o término do serviço, a produção de água no sistema será integralmente restabelecida de forma gradual.