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Preço da Violência

Internações de baleados no Rio já custou R$ 4,2 milhões ao SUS em um ano

Estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz também apontou que os homens representam 92% das internações por arma de fogo no estado, sendo 72% deles negros


Foto: Reprodução
Um estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz mostra que o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 4,2 milhões no atendimento a pessoas baleadas no estado do Rio de Janeiro em 2018. Em 2022, o número de internados por ferimento de arma de fogo foi de 1.468 mil, sendo gasto, por internação, R$ 2.391 mil pelo SUS.

O valor está consideravelmente acima, por exemplo, de internações realizadas na ocasião de partos normais ou cesarianos (R$ 634, na média de 2022) ou para tratamento de doenças epidemiológicas graves e recorrentes como a dengue (R$ 394).

Ou seja, uma internação por arma de fogo custa 3,2 vezes mais do que o gasto federal com saúde per capita. Já a internação de alta gravidade por arma de fogo custa 5,2 vezes mais do que o gasto federal com saúde per capita.

O estudo estimou que entre 2012 e 2022 o Rio registrou 36.299 óbitos provocados por armas. Neste dado não foi incluído os casos em que as vítimas morrem antes de serem socorridas. Homens representam 92% das internações por armas de fogo no estado, sendo 72% deles negros. Somente no estado, 78% dos internados por tiro em 2022 morreram.

Entre as principais vítimas de ferimentos por armas no Rio de Janeiro estão adultos e jovens entre 20 e 29 anos (41,5%), seguidos de adultos entre 30 e 59 anos (37%), crianças e adolescentes (18,9%) e idosos com 60 anos ou mais (2,7%).

Comparação dos custos
Em 2022, foram R$ 41 milhões repassados pelo SUS para todos os hospitais da rede do país que atenderam vítimas de violência armada, considerando os custos do leito e de procedimentos realizados durante a internação.

Quando se comparam os custos de internação da violência armada no SUS com os valores de procedimentos ambulatoriais também realizados em dezembro de 2022, é possível entender a magnitude desses gastos e como poderiam ser destinados à saúde preventiva se os níveis de violência armada fossem menores no país. Os exemplos destacados no estudo são: testes de diagnóstico rápido para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), hemogramas completos e mamografias.

Em uma análise dos pesquisadores do Instituto Sou da Paz, se os gastos com violência armada fossem investidos em saúde preventiva, poderiam ser repassados R$ 40,5 milhões em testes rápidos de ISTs, R$ 10 milhões em hemogramas completos e R$ 934 mil em mamografias.
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