O Carnaval no Rio de Janeiro foi aberto, oficialmente, em grande estilo. A cerimônia de coroação e entrega da chave da cidade ao Rei Momo Caio Cesar Dutra, pelo prefeito Eduardo Paes, teve uma apresentação pelos jardins do Palácio da Cidade, em Botafogo, da "Corte da Carnavalândia", assim batizada pelo carnavalesco Milton Cunha, diretor artístico do desfile.
"Vou permitir, excepcionalmente este ano, que você (Rei Momo) não me devolva a chave na Quarta-Feira de Cinzas. Que você fique no comando da cidade a partir de hoje até o Sábado das Campeãs. Mas é importante que os cariocas saibam, só vou estar de volta na segunda-feira, dia 19, quando o seu reinado acabar. Neste momento, eu e o ministro Celso Sabino passamos a chave da cidade ao Rei Momo", declarou o prefeito Eduardo Paes, acompanhado do ministro do Turismo, Celso Sabino.
"Estou muito feliz e honrado em estar recebendo a chave dessa cidade que eu amo muito. O Carnaval é o maior espetáculo a céu aberto do planeta e agora está entregue nas mãos de um verdadeiro sambista. Como Rei Momo, primeiro e único, eu declaro aberto oficialmente o Carnaval 2024", afirmou Caio Cesar Dutra, também conhecido por Kaio Mackenzie.
Essa tradição carnavalesca do Rio de Janeiro ganhou um reconhecimento oficial: em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial, nesta sexta-feira, o município estabelece que a entrega da chave da cidade ao Rei Momo e à corte da folia é o ato que dá início ao festejo carioca.
"Com muita alegria estou aqui para participar dessa coroação e entrega da chave da cidade do Rio de Janeiro ao Rei Momo, cerimônia que marca o início do Carnaval na cidade que mais recebe turistas em todo o nosso país. A expectativa é que este ano tenhamos mais de 49 milhões de foliões aproveitando o Carnaval em todo o Brasil, um número cerca de 6,5% a mais do que ano passado. Desejo para vocês um Carnaval de muita alegria e felicidade, mas também de responsabilidade", disse o ministro Celso Sabino.
De acordo com o decreto, a partir de agora a cerimônia deverá ocorrer anualmente, em caráter oficial, na sexta-feira que precede o sábado de Carnaval. Antes de receber a chave da cidade, o Rei Momo foi coroado como o monarca do Carnaval do Rio e passa agora a ter o dever de presidir as festividades carnavalescas, participar de desfiles e de concursos de fantasia e, ainda, promover a alegria entre os foliões. Também foram coroadas a Rainha do Carnaval, Gabriella Mendes; a 1ª princesa, Bruna dos Santos; e a 2ª princesa, Ana Carolina de Souza.
Tia Surica, nomeada a Rainha do Samba, desfilou em carro aberto pelos jardins do Palácio da Cidade. Pouco antes, houve a apresentação de uma corte fictícia, fantasiada de reis, rainhas, nobres, ciganos, banda marcial, cangaceiros e boi bumbá, entre outros personagens. Milton Cunha chamou o desfile de "efeméride opulenta, uma espécie de ópera bufa da coroação da Corte da Carnavalândia."
"Quando a gente vai entregar a chave da cidade, vai coroar o Rei Momo, a gente está passando do oficial - do prefeito - para ele. São dias de alegria e de loucura. A pedido do prefeito, a gente decidiu fazer uma cerimônia bem humorada, que misturou clássico, ópera, coral, velha guarda, anjos em perna-de-pau, uma corte fantasiada, banda marcial e a bateria da Imperatriz Leopoldinense, campeã do último Carnaval – destacou o carnavalesco.
Participaram também da cerimônia a família do Mestre Candonga (guardiã oficial da chave da cidade); a dupla do Rio sobre perna-de-pau, Raul Faria Lima e Isa Xavier, que carregava a bandeira "Rio, capital do G20"; e a bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense.