Governo do Rio prepara a venda de ações do que restou da estatal Cedae

A ainda bilionária Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae) publicou, no Diário Oficial do dia 6 de dezembro, um aviso de licitação para contratar a instituição financeira que fará os estudos, a avaliação, a estruturação e a execução da abertura de seu capital.

Em 2021, o estado promoveu leilões de concessão dos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto — que renderam mais de R$ 22 bilhões ao estado e a prefeituras do Rio. Restou à estatal a captação e o tratamento da água (a produção). De acordo com o governador Cláudio Castro (PL), com as funções que ainda lhe cabem, a companhia teve lucro de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2024.

"A ideia está viva, vivíssima (de abrir o capital da empresa). A Cedae está dando um lucro igual ao que dava antes da concessão… Coisa de um bilhão", disse Castro em entrevista, nesta sexta-feira (10), depois de assinar o contrato de operação do serviço de barcas com a empresa BK Consultoria.

Protesto

Nem bem deu o primeiro passo para entregar à iniciativa privada parte do que restou sob o controle do estado no fornecimento de água, o governo já enfrenta manifestações contrárias.

No último dia 17, o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente (Sintsama-RJ) promoveu um ato contra a abertura de capital da Cedae, na porta da Assembleia Legislativa. A diretoria do sindicato também pediu a criação de uma CPI sobre a privatização da companhia.