O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) divulgou nesta terça-feira, dia 22, o resultado sobre as investigações do incêndio que destruiu, em meados de junho, algo em torno de de 300 hectares do Parque Nacional do Itatiaia. A apuração do ICMBio concluiu que o fogo foi causado por um fogareiro usado pelos cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), que treinavam no local. O ICMBio multou a Aman em R$ 6.531.000,00.
Pela investigação, os cadetes detectaram o início do incêndio florestal e, em seguida, notificaram a Parquetur - concessionária que administra o parque. Os próprios militares ajudaram no combate ao fogo e a Aman "enviou helicópteros e mais militares, contribuindo desde o início para esclarecer as causas do incêndio", diz a apuração.
O incêndio no parque demorou oito dias para ser debelado. Começou no dia 14 de junho e foi até o dia 23. Equipes do parque contaram com o apoio de drone com câmera térmica no combate ao incêndio da reserva natural, além de 20 viaturas e três aeronaves do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
Exército divulga nota
Na ocasião, o Exército admitiu, em nota de esclarecimento, que o incêndio no Parque Nacional do Itatiaia começou durante uma atividade que envolvia 415 cadetes da Aman. O treinamento fazia parte da conclusão do Estágio Básico do Combatente de Montanha, atividade de instrução prevista para a formação do oficial desta força armada.
-No início da tarde, com todos os militares já embarcados e em condições de iniciarem o deslocamento de retorno para Resende, foi identificado um foco de incêndio próximo à coluna de veículos. De imediato, alguns militares desembarcaram e iniciaram o combate ao incêndio, utilizando os extintores das viaturas e meios disponíveis no momento. Contudo, devido aos fortes ventos na área e a vegetação bastante seca, o fogo se alastrou, não sendo possível sua contenção - dizia a nota.
Parque Nacional do Itatiaia
Criado em junho de 1937, o Parque Nacional do Itatiaia é o primeiro parque nacional do Brasil. O ponto mais alto da reserva é o Pico das Agulhas Negras, com 2.790 metros de altitude. O pico é o quinto mais alto de todo o Brasil.
A parte alta é caracterizada por relevo montanhoso e com elevações rochosas, campos de altitude e vales suspensos onde nascem 12 bacias hidrográficas regionais, que drenam duas bacias principais: a do rio Grande, afluente do rio Paraná, e a do Rio Paraíba do Sul.
Na parte baixa, estão diversos cursos d'água, com diversas áreas apropriadas para banho.
Antes deste incêndio, o parque nacional foi atingido por diversas outras queimadas. O maior incêndio da história da unidade foi em 1963, quando o fogo durou 35 dias e consumiu 4 mil hectares.
Em 1988, outro incêndio destruiu 3,1 mil hectares e um servidor ficou desaparecido. Em 2001, o incêndio — provocado por dois turistas que se perderam e fizeram uma fogueira — destruiu mais de 1 mil hectares. A mesma área foi atingida pelo fogo, em 2007. Três anos depois, foram destruídos 1.200 hectares.
Fonte: Com informações da Agência Brasil