As polícias Civil e Militar e a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) retomaram nesta segunda-feira (19/08) as demolições de imóveis erguidos pelo tráfico de drogas no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Em protesto, moradores fecharam a Linha Vermelha e a Avenida Brigadeiro Trompowski em momentos distintos da manhã.
Na última semana, uma operação conjunta para derrubar um "condomínio do tráfico" no Parque União encontrou um quadriplex de luxo às margens da Avenida Brasil.
No 1º protesto, moradores atearam fogo a objetos na Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Ilha do Governador. Um articulado teve o para-brisa destruído, e os passageiros precisaram abandonar o coletivo às pressas.
A MOBI-Rio informou que, por motivo de segurança, os serviços 90 (Fundão-Gentileza) e o serviço especial TIG-GIG foram interrompidos, e o serviço 42 (Manaceia-Galeão) operava até a estação Santa Luzia.
No 2º ato, um grupo interditou o sentido Baixada da Linha Vermelha.
Por causa da operação, 26 escolas na Maré — 24 municipais e duas estaduais — suspenderam as aulas. Nas unidades do estado, estudam 900 alunos no turno da manhã.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva fechou as portas, como medida de segurança. Já a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos mantém o atendimento à população, mas suspendeu atividades externas, como as visitas domiciliares.
Lavagem de dinheiro do comércio de drogas
Nesta segunda, os policiais encontraram na Maré uma carga que havia sido roubada. O material foi recuperado e será levado para a 21ª DP (Bonsucesso).
Segundo a Polícia Civil, esta é a 3ª fase da operação.
As investigações apontam que a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Os agentes apuraram a participação de funcionários associação de moradores no esquema.
A comunidade tem como chefe o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele tem 86 anotações criminais e ?figura como autor em 175 inquéritos policiais. Participa ativamente das decisões que determinam o rumo do CV, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica.