A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) lançou um painel de monitoramento da Febre do Oropouche (FO). O objetivo é ampliar o acesso da população às informações sobre a doença em todo o estado do Rio de Janeiro. Até o momento, 54 casos já foram confirmados. Desses, 45 são autóctones, ou seja, originários em território fluminense. O primeiro caso da doença foi registrado em março na cidade do Rio de Janeiro, de um paciente que se contaminou na Região Norte do país.
O painel, disponível no link: https://lookerstudio.google.com/reporting/5272c28b-6e41-4168-bdc6-2783a65d6205 distribui a análise dos casos por semana de início de sintomas; local provável de infecção (LPI); por município de notificação e por município de infecção e ainda mostra, os casos confirmados, faixa etária, casos por raça/cor e gênero dos pacientes, além da distribuição de casos por sinais, sintomas e comorbidades.
O conjunto de dados é atualizado semanalmente a partir de análises laboratoriais realizadas no Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN/RJ). Os casos confirmados fazem parte de uma vigilância laboratorial, onde uma amostragem de casos negativos para dengue, chikungunya e Zika é testada para outras arboviroses (Febre Oropouche e Mayaro) pelo LACEN/RJ.
"Esse painel será mais uma forma de oferecermos transparência à população em relação aos casos de Febre de Oropouche no nosso estado e todo o cenário epidemiológico da doença. É mais um trabalho desempenhado pela nossa equipe, aliado aos investimentos em tecnologia realizados no nosso Centro de Inteligência em Saúde (CIS)", ressaltou a Secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
O LACEN/RJ testará um percentual de amostras, mapeando as nove regiões de saúde do estado do RJ. Todas as amostras de óbitos em investigação atual e crianças menores de 5 anos suspeitas de arboviroses com resultados para dengue, chikungunya e Zika negativos também serão avaliadas.
Febre do Oropouche
A febre do Oropouche é uma zoonose causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília. O vírus é transmitido predominantemente pela picada do inseto infectado Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim, presente em áreas de acúmulo de matéria orgânica e beira de mangues e rios.
A transmissão ocorre quando a fêmea do inseto pica uma pessoa ou animal infectado e, em seguida, uma pessoa saudável, passando o vírus para ela. Os sintomas são parecidos com os da dengue. Seu período de incubação é de quatro a oito dias (variação de três a 12 dias). O início é súbito, geralmente com febre, dor de cabeça, artralgia, mialgia, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias. Ocasionalmente, pode ocorrer meningite asséptica. Na maioria dos casos, o paciente se recupera em uma semana.
Não há vacina e tratamento específicos disponíveis. O tratamento é sintomático, assim como na dengue, ou seja, o paciente é tratado de acordo com os sinais e sintomas clínicos.