O estado do Rio de Janeiro teve 240 acionamentos de violência contra mulheres via 190 em 2023, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública. O levantamento inédito mostra que foram ao menos 10 vítimas por hora.
O sistema 190, que é operado pela Polícia Militar, registrou 87.626 casos relacionados a violência contra mulheres no ano.
Ao analisar os municípios com maior percentual de ligações relacionadas à violência contra a mulher, se destacam Japeri, Queimados, Seropédica, Magé e Belford Roxo - todos na Baixada Fluminense.
De acordo com o estudo, no último ano, as ocorrências dessa natureza subiram 18% no estado do Rio de Janeiro. A Polícia Militar despachou, em média, 192 viaturas diariamente e empregou cerca de 296 horas de atuação policial.
"Criamos uma secretaria exclusiva para as mulheres e estamos investindo em ações intersetoriais e em estudos como os do ISP, que orientam políticas públicas voltadas à segurança e ao empoderamento", afirma o governador do Rio, Cláudio Castro.
Entre os delitos relacionados à violência de gênero, foi observado um aumento de 44% nas ligações denunciando assédio sexual em 2023, e de 118% nas ocorrências de descumprimento de medida protetiva, o que indica um considerável esforço da sociedade - em especial, das vítimas - em denunciar o descumprimento de medidas protetivas.
"A análise dos dados da Central do 190 amplia a compreensão sobre os crimes de violência de gênero. O aumento das denúncias é um indicativo de que as políticas públicas estão fortalecendo a confiança da população no trabalho do governo", afirma a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública, Marcela Ortiz.
Criada em agosto de 2019, a Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, da Polícia Militar, completou 5 anos em 2024.
O programa, que fiscaliza o cumprimento de medidas protetivas de urgência, conta atualmente com 48 equipes operacionais distribuídas pelos 92 municípios do estado.
Desde sua criação, a patrulha realizou 325.290 atendimentos, prestou apoio direto a 83.841 mulheres e efetuou a prisão de 705 agressores, a maioria por descumprimento de medidas protetivas. Além disso, as unidades oferecem as Salas Lilás, espaços seguros e acolhedores para atendimento especializado.
Entre as medidas de prevenção e acolhimento, estão o lançamento de duas ferramentas tecnológicas: a Sala Lilás Virtual, disponível no aplicativo Rede Mulher, e o Protocolo Lilás da Central 190.
A Sala Lilás Virtual funciona como um canal de atendimento via chat, operado por atendentes capacitados pela Secretaria de Estado da Mulher (SEM) para prestar suporte humanizado a mulheres em perigo. Integrada à Central 190 da Polícia Militar, a ferramenta permite agilizar o atendimento, eliminando a necessidade de chamadas telefônicas.