Três espanhóis foram condenados nesta segunda-feira (10/06) a oito meses de prisão por injúrias racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Jr.
A sentença é a primeira condenação na Espanha por um caso de racismo no futebol. E também a primeira da onda de casos de racismo contra o brasileiro no ano passado no país europeu, onde ele joga pelo Real Madrid
A sentença também proíbe os condenados a entrar em qualquer estádio de futebol na Espanha durante dois anos.
Os três foram identificados entre os torcedores do Valencia que xingaram Vinícius Jr de "macaco" durante um jogo do time contra o Real Madrid, equipe do brasileiro, em maio do ano passado durante um jogo na Espanha.
Um deles foi identificado pelo próprio Vinicius Jr. ao final do jogo. A polícia encontrou outros dois através de câmeras instaladas no estádio.
"A LaLiga conseguiu a primeira sentença condenatória na Espanha por insultos racistas no futebol", disse, em comunicado, a LaLiga, a liga espanhola de futebol profissional espanhola que participou com parte na acusação no processo.
Os advogados dos condenados não haviam informado, até a última atualização desta reportagem, se recorrerão da sentença.
No ano passado, casos de racismo contra Vinicius Jr. na Espanha ganharam grande repercussão, principalmente depois da partida de maio entre o Real Madrid e o Valencia. Na ocasião, após ser insultado por torcedores, Vini Jr. reclamou imediatamente com o juiz, que interrompeu o jogo.
Uma confusão se formou, e um jogador do Valencia deu uma chave de braço em Vinicius Jr., que, ao se desvencilhar, atingiu outro adversário no rosto e foi expulso.
Diante da repercussão mundial do caso, que abriu um grande debate sobre o racismo no futebol, Tebas recuou e pediu desculpas.
A polícia espanhola também se mobilizou e identificou e deteve torcedores que fizeram insultos racistas no Mestalla e outros que, meses antes, penduraram pelo pescoço um boneco preto com a camisa de Vinicius Jr. em um viaduto em Madri.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o episódio e cobrou mais ações antirracistas no futebol, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também manifestou solidariedade com Vinicius Jr.