Operador de facção no Rio enviou R$ 200 mil para estabelecimentos no AM

Polícia investiga 'laranjas' de esquema de lavagem do tráfico

Por Conexão no Ar em 25/05/2024 às 11:34:02
Foto: Divulgação

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A Polícia Civil do Rio investiga as movimentações financeiras da quadrilha que traficava do Amazonas, na fronteira com a Colômbia, até o Rio de Janeiro. Foram identificados pagamentos de quase R$ 200 mil para três empresas. O esquema de lavagem de dinheiro do tráfico movimentou R$ 27 milhões em 2 anos.

O principal operador do crime, que recebia as drogas e fazia diversos pagamentos, é Cleiton Souza da Silva, investigado por envolvimento com o Comando Vermelho no Amazonas. Ele está foragido.

As investigações apontam que pelo menos duas das empresas que receberam transferências de Cleiton são utilizadas como fachada, criadas apenas para serem usadas no esquema criminoso.

Um dos negócios foi aberto em nome de uma pessoa que, segundo a própria família do investigado, possui deficiência mental grave. Segundo policiais ouvidos pelo g1, os familiares não sabiam da existência da empresa.

A investigação aponta que Cleiton distribuía as drogas que vinham do Amazonas — skunk e cocaína — para diversas comunidades e municípios do Estado, além de bairros das zonas Sul e Oeste da capital.

O dinheiro obtido com a venda dos entorpecentes era depositado por Cleiton em várias contas, para dificultar o rastreamento, e enviado de volta ao local do início do esquema criminoso, na fronteira.

A prática de "lavar" o dinheiro, através de transferências para empresas, formais ou não, é chamada de "mescla". A polícia acredita que esse era o modo de operação dos traficantes do Comando Vermelho do Amazonas."

O caminho da droga vem da tríplice fronteira (Brasil-Colômbia-Peru), passando por Manaus, vindo pro Rio de Janeiro, e o dinheiro faz o caminho contrário", explicou o delegado Jefferson Ferreira, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro.

Segundo as investigações, o frigorífico utilizado no esquema de lavagem de dinheiro pertence ao ex-prefeito do município de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, o Chicó.

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