As obras de recuperação estrutural dos guias-correntes e desobstrução do canal de ligação entre a Lagoa de Itaipu e as praias de Itaipu e Camboinhas, iniciadas no fim da semana passada pela Secretaria Municipal de Obras, vão durar 15 meses, a um custo de R$ 44 milhões. O assoreamento no local é um problema antigo, que vem se agravando nos últimos anos, e foi tema de uma audiência pública na Câmara Municipal Niterói no mês passado.
O projeto prevê a remoção do volume de areia depositado no canal de ligação entre a lagoa e o mar. Os moles serão refeitos, e o canal será desassoreado a uma profundidade de dois metros. De acordo com a prefeitura, o assoreamento natural é causado pela dinâmica costeira da região.
— Essa é uma obra que vai refazer as guias-correntes e os moles de pedra. Com isso, nós vamos estabilizar a troca d'água. Será feito o desassoreamento para uma dragagem definitiva para que a gente garanta um fluxo de água maior entre a lagoa e o mar. Teremos também intervenções que vão conter as erosões perto da duna que tem colocado em risco esse grande patrimônio histórico e cultural de Niterói — diz o prefeito Axel Grael.
Parte do material oriundo da desobstrução do canal será destinada à criação de uma praia artificial que terá como objetivo proteger a Duna Velha (lado de Itaipu) da erosão que ocorre devido à ação das correntes de maré. Essa pequena praia ficará entre o final de montante do guia-corrente de Itaipu e o ponto onde fica o restaurante Laguna"s Bar, mais para o interior da lagoa. A proposta da intervenção é acabar com a mortandade de peixes e permitir a navegabilidade no local. O Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam) aprovou financiamento de R$ 28 milhões para a obra de estabilização do Canal de Itaipu.