Polícia faz operação em presídios de Bangu e mira chefes de facção criminosa que atua no RJ

Agentes cumprem mandados nos presídios Bangu 2 e Bangu 3 contra quadrilha que dava ordens em serviços fornecidos em Itaboraí e faturava R$ 15 milhões por mês

Por Conexão no Ar em 13/03/2024 às 12:57:26
Foto: Reprodução Internet

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A Polícia Civil realiza, na manhã desta quarta-feira (13), a Operação Quartzo nos presídios Alfredo Trajan (Bangu 2) e Gabriel Castilho (Bangu 3), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

O objetivo é cumprir mandados contra chefes do Comando Vermelho, maior facção criminosa que atua na capital fluminense. De acordo com as investigações, o grupo faturava R$ 15 milhões por mês com a cobrança de taxas em diversos serviços oferecidos em Itaboraí.

Segundo investigações da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), os criminosos presos nessas unidades estariam usando celulares para dar ordens a criminosos que estão soltos. Os traficantes seguem dando ordens na região de Itaboraí, na Região Metropolitana, e obtendo ganhos com a cobrança de taxas ilegais para o fornecimento de água, TV a cabo, e gás de cozinha, entre outros serviços.

Ao todo, estão sendo cumpridos 72 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Criminal de Itaboraí, em sete municípios: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Maricá, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Itaboraí. Funcionários de concessionárias de serviços públicos também participam da operação.

A ação conta com o apoio do setor de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Ao todo, 300 policiais participam da operação.

O objetivo dos policiais é encontrar armas de fogo, munições, telefones celulares. computadores, cabos e modems, além de documentos que estejam relacionados à atividades criminosas.

Operação

As investigações mostraram que empresas que tivessem interesse em operar nas regiões dominadas pelos criminosos tinham que entrar em um acordo com os bandidos e só poderiam atuar diante do pagamento de taxas que chegavam a 50% do valor bruto arrecadado na área onde os serviços eram prestados. Os moradores não tinham a opção de escolher a empresa de fornecimento.

As empresas que atuavam em acordo com os criminosos também estão sob investigação.

Os agentes descobriram que o lucro obtido com a interferência nos serviços prestados na região eram revertidos na compra de armas para consolidar o domínio territorial em Itaboraí.

Os policiais também desvendaram que existia um esquema de lavagem de dinheiro pelos criminosos, com a aquisição de estabelecimentos comerciais regulares, como mercados e farmácias.

O lucro mensal do grupo chegava a R$ 15 milhões.

Os investigados responderão pelos crimes de Interrupção de serviço essencial, receptação qualificada, associação criminosa armada, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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