Amazônia pode chegar a ponto de não retorno até 2050 e acelerar aquecimento global

Estudo de brasileiros na Nature diz que ritmo de devastação das últimas décadas pode levar a colapso parcial do bioma

Por Conexão no Ar em 15/02/2024 às 09:48:51
Foto: FLORIAN PLAUCHEUR / AFP

Foto: FLORIAN PLAUCHEUR / AFP

Um estudo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (14), liderado por cientistas brasileiros, alerta que a Amazônia pode atingir o ponto de não retorno até 2050.

Assim, o ritmo de degradação das últimas décadas terá levado ao colapso parcial ou total da floresta. Entre as possíveis consequências, dizem os cientistas, está a aceleração do aquecimento global.

"O ponto de não retorno é isso: um ponto a partir do qual o sistema se retroalimenta numa aceleração de perda de florestas, e perdemos o controle", explicou Flores, em declaração divulgada pelo Instituto Serrapilheira, que financiou o estudo.

As conclusões são de pesquisa conduzida por Marina Hirota e Bernardo Flores, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com colaboradores do Brasil, Europa e Estados Unidos.

"Estamos nos aproximando de todos os limiares. No ritmo em que estamos, todos serão alcançados neste século. E a interação entre todos eles pode fazer com que aconteça antes do esperado", reforça Flores.

O estudo destaca que a Amazônia enfrenta uma pressão sem precedentes devido a mudança climáticas e desmatamento, enfraquecendo os mecanismos de feedback que garantem a resiliência da floresta.

Colapso da Amazônia pode acelerar aquecimento global

A perda florestal na Amazônia, com a consequente emissão de gases de carbono, poderia acelerar o aquecimento global, enquanto a diminuição da circulação da umidade atmosférica afetaria os padrões de chuva em várias partes do mundo.

Para preservar a resiliência da floresta amazônica, os autores destacam a necessidade de uma abordagem combinada. Isso inclui esforços locais para deter o desmatamento e promover a restauração da floresta, juntamente com iniciativas globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

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