Um morador de Aracruz, norte do Espírito Santo, pescou um Baiacu e, animado com o "peixão", convidou o amigo Magno Sérgio Gomes para preparar junto com ele, a "iguaria".
A irmã de Magno, Myrian Gomes Lopes disse que ele nunca tinha feito isso antes. Os dois limparam o peixe, retiraram o fígado, ferveram o órgão e comeram, com limão e sal. "Não sabemos a procedência do peixe", disse ela.
Fato é que Magno e o amigo começaram a passar mal cerca de 45 minutos após o almoço. Segundo Myrian, Magno começou a ficar com a boca dormente, os músculos rígidos e a passar muito mal. Ele mesmo foi com a esposa para o hospital, dirigindo. Quando chegou lá, já estava todo duro e mal conseguia andar. Logo em seguida, teve uma parada cardíaca de oito minutos.
Reanimado, o homem foi entubado e transferido para um hospital na capital capixaba onde ficou 35 dias internado. Nesse sábado (27), ele não resistiu às complicações. De acordo com Myrian, os médicos disseram que o envenenamento foi tão severo que afetou o cérebro de Magno. Três dias depois de internado, ele sofreu várias convulsões e suas chances de recuperação tornaram-se muito remotas. Magno deixou a esposa e três filhos.
O que se sabe sobre o baiacu:
- São peixes comuns na costa brasileira.
- Existem, pelo menos, 20 espécies. Todos possuem uma toxina chamada tetrodotoxina, que é um veneno muito potente e pode causar dormência (quando ingerida em baixa quantidade) até a parada cardiorrespiratória (quando ingerida em grande quantidade).
- A substância tóxica bloqueia o canal de sódio, paralisa os músculos, enquanto a vítima permanece totalmente consciente e vai morrendo devagar;
- Sem conseguir respirar, em geral, falece por asfixia;
- Pesquisadores acreditam que a tetrodotoxina dos baiacus tenha origem na ingestão de outros animais infectados com bactérias carregadas de tetrodotoxina;
- Os baiacus-arara são peixes de safras, muito disputado nas peixarias. Não há registros de casos de envenenamento por essa espécie. De qualquer forma, é preciso saber limpar, retirando a vesícula biliar, sem estourar a bolsinha.