A Polícia Federal (PF) negou, na noite desta terça-feira (23), que tenha firmado um acordo de delação com o ex-policial militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa, que está preso, desde março de 2019, acusado de ser um dos executores das mortes da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista parlamentar Anderson Gomes. "Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos", destacou a PF, em um comunicado divulgado à imprensa.
A PF disse, no comunicado, que está conduzindo as investigações há cerca de onze meses, e que o caso está sob sigilo. "Ao longo desse período, a Polícia Federal trabalhou em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas. As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento", concluiu.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que as investigações das mortes da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, e do motorista parlamentar Anderson Gomes, nunca pararam, e admitiu a possibilidade de novos acordos de delação premiada, com o andamento das investigações. O discurso foi feito em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (23), no Palácio da Justiça, após reunião de transição de cargo com o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Ao ser questionado sobre o andamento das investigações do Caso Marielle, o ministro Flávio Dino ressaltou que uma delação já foi homologada, se referindo ao ex-policial militar Élcio de Queiroz, e disse que o acordo pode abrir o caminho para que novas delações sejam homologadas.
A delação do ex-pm Élcio de Queiroz resultou na prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Os três suspeitos de participação no crime aguardam o julgamento na prisão.