Operação na Maré mira traficantes do ES que movimentaram R$ 40 milhões em um ano

Durante a movimentação da polícia, a Avenida Brasil foi fechada por alguns minutos. Houve intenso tiroteio e barricadas em chamas.

Por Adriana França em 29/01/2025 às 07:34:04
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Foto: Reprodução TV Globo

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Policiais civis do Rio de Janeiro e do Espírito Santo iniciaram nesta quarta-feira (29/01) a Operação Conexão Perdida, contra traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) capixabas que estabeleceram no Complexo da Maré um esquema de extorsão e de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 43 milhões em apenas 1 ano.

A ação já resultou na prisão de cinco suspeitos e no bloqueio de 17 contas bancárias ligadas à lavagem de dinheiro. Vinte mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos dois estados.

Agentes saíram para cumprir mandados de prisão na parte da Maré dominada pelo TCP e em endereços em Laranjeiras, Ramos e Campo Grande, no Rio, e em Vitória. Não foi informado quantos mandados são nem quem são os alvos. Durante a movimentação policial, um homem que não era procurado nesta quarta acabou preso em flagrante tentando roubar um caminhão.

No fim da madrugada, a Avenida Brasil chegou a ser fechada por alguns minutos. Houve intensos tiroteios e barricadas em chamas.

A Secretaria de Segurança Pública do ES afirma que traficantes capixabas do TCP se instalaram na Maré para expandir atividades ilegais. As investigações apontam que, somente em 1 ano, a quadrilha movimentou pelo menos R$ 40 milhões.

Dados da Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo mostram que o grupo capixaba extorquia dinheiro de funcionários de empresas provedoras de internet, água e gás, que só podiam atuar na Maré mediante o pagamento de mensalidades que chegavam a R$ 10 mil.

Para gerenciar e ocultar os valores ilícitos, os criminosos possuíam diversas contas bancárias, incluindo as de uma casa lotérica e de um "banco paralelo" — uma instituição financeira irregular que oferecia empréstimos para os moradores da comunidade.

"Esses mecanismos não apenas lavavam o dinheiro proveniente do tráfico de drogas local, mas também os recursos do TCP em Vitória (ES), movimentando R$ 43 milhões em menos de 1 ano. Nós pedimos também o bloqueio de diversas contas bancárias usadas para a lavagem de dinheiro dessa quadrilha", explicou o subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto.

As investigações começaram em novembro de 2023, após a prisão do traficante Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, são conhecidos como os Irmãos Vera e eram os chefes do TCP no estado. Bruno veio para o Complexo da Maré após a prisão do irmão.

"Além de reforçar a integração entre as instituições, essa operação busca desarticular redes criminosas que ameaçam a segurança pública em escala regional. Vamos quebrar a estrutura financeira dessas organizações criminosas", ressaltou o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos.

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