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Adia bilhetagem

Prefeitura do Rio adia mais uma vez a implantação do novo sistema de bilhetagem eletrônica

. A nova previsão é que, a partir de 1º de julho, os passageiros só poderão pagar os bilhetes de ônibus, BRT, vans e VLT da capital com dinheiro ou com o novo cartão.


Foto: Reprodução

O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou nesta quarta-feira o adiamento do uso exclusivo do Jaé nos modais municipais. A nova previsão é que, a partir de 1º de julho, os passageiros só poderão pagar os bilhetes de ônibus, BRT, vans e VLT da capital com dinheiro ou com o novo cartão. Paes também defendeu a mudança na bilhetagem eletrônica, dizendo que a gestão da Riocard é como se a "raposa tomasse conta do galinheiro". Segundo o prefeito, a empresa é ligada aos próprios donos de ônibus e faz os relatórios que definem quanto a prefeitura do Rio paga de subsídios pelas passagens.

"Estamos enfrentando uma turma que é uma máfia, que já fizeram tudo que vocês conhecem. Eles estão incomodadíssimos com isso. Mafiosos que fazem essa caixa-preta há muito tempo no Rio. Eles não vão nos deter. Vamos dar transparência a esse sistema e pagar um preço justo", disse Paes.

Com o adiamento, o usuário poderá continuar a pagar suas passagens com o Riocard. Quem já comprou o Jaé poderá usar o cartão em todos os modais municipais, mas sem a possibilidade de fazer integração com os transportes coletivos sob responsabilidade do governo estadual.

Em nota, a Riocard Mais informou que "sempre apoiou o processo de transição para o novo sistema de bilhetagem da Prefeitura, entendendo a importância de manter o atendimento à população da cidade do Rio. Mesmo ciente de que a mudança não era uma necessidade dos passageiros de transportes municipais, a empresa respeitou a decisão da Secretaria Municipal de Transportes e colaborou integralmente, acatando todas as determinações, inclusive as que não eram favoráveis aos clientes, como a restrição de acesso a serviços importantes".

Críticas ao atual sistema

Ao longo da entrevista coletiva, o prefeito Eduardo Paes criticou o atual sistema de bilhetagem eletrônica que funciona no estado, a Riocard. A empresa é ligada aos empresários de ônibus e, segundo o município, não envia os dados de passageiros detalhadamente. A prefeitura diz, por exemplo, não saber quantos usuários são transportados a cada hora nos coletivos. Atualmente a cidade do Rio paga o subsídio às empresas mediante um relatório mensal do número total de passageiros por empresas feito e entregue pela operadora.

Com o Jaé, a prefeitura afirma que isso vai mudar. Ao passar o cartão na roleta, o valor pago pelo passageiro será transferido para uma conta da prefeitura do Rio. Depois, a partir dos dados recebidos pela empresa de bilhetagem com informações das viagens, o município repassará o valor às empresas donas dos coletivos. Esses dados serão divulgados em um portal da transparência.

"A implantação de um sistema como esse nunca vai ser simples. Estamos acabando com a caixa-preta, os caras [donos de empresas de ônibus] vão ficar nervosos. O interesse econômico é muito grande", criticou o prefeito.

Segundo a Riocard, "dois anos após o início da nova operação, o desempenho pífio da empresa contratada pela Prefeitura, que transporta atualmente apenas 1,7% do total de passageiros dos transportes municipais (ônibus, vans, BRT e VLT), não permite uma transição adequada entre os dois sistemas de bilhetagem". E continua: "as dificuldades do Consórcio Bilhete Digital, responsável pelo cartão Jaé, refletiram em perdas para a Riocard Mais, que, mesmo assim, está mantendo o pleno funcionamento da sua operação no Município".

Falta de integração

Um dos principais problemas para a implantação do Jaé, e um dos motivos do adiamento para julho, é a falta de integração com os modais sob a responsabilidade do governo estadual. O novo cartão não é aceito em linhas intermunicipais, metrô, trens e barcas, que continuam a operar apenas com o Riocard, que é administrado pelos empresários de ônibus.

Ao GLOBO, nesta terça-feira, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, disse que não tem como integrar o atual sistema com o novo da prefeitura até fevereiro. A ideia do governo estadual é licitar em até dois meses uma nova bilhetagem que será integrada com o novo sistema da prefeitura. Já a Riocard Mais informou que, "em relação ao Bilhete Único Intermunicipal, ofereceu como solução a manutenção de um validador em cada meio de transporte municipal para uso exclusivo do benefício tarifário do Estado, proposta que não foi aceita pelos representantes da Secretaria Municipal de Transportes".

Um levantamento feito pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo) mostra que, sem a integração, o trabalhador pode ter de desembolsar mensalmente de R$ 126 a R$ 162 a mais, a depender dos modais que utiliza. O cálculo considera duas viagens diárias (ida e volta) durante 20 dias por mês.


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