Para reforçar a importância da democracia para que não mais ocorram atos de ataques aos poderes da República, como os de 08 de janeiro de 2023, haverá várias cerimônias no Palácio do Planalto, nesta quarta.
Em solenidades mais restritas, o presidente Lula participará da reintegração de obras de arte restauradas, como, por exemplo, o relógio do século XVII e a obra As Mulatas, de Di Cavalcanti. As peças foram danificadas nos atos antidemocráticos de dois anos atrás e, agora, voltam ao Palácio do Planalto.
No Salão Nobre, haverá cerimônia com presença de autoridades do Judiciário e Legislativo, todas as ministras e ministros e também lideranças da sociedade civil organizada e de movimentos sociais.
Movimentos sociais vão realizar um simbólico "Abraço à Democracia", na Praça dos Três Poderes. Para esse último ato, aberto à população, há a previsão de que o presidente Lula e convidados que estarão no Salão Nobre do Planalto desçam para a Praça dos Três Poderes para participar.
2025: ano da defesa da democracia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso com referências à época de ditadura militar e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
"Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Para dizer que estamos vivos, a democracia viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 2022 de 2023. Estamos aqui para dizer ditadura nunca mais, democracia sempre", afirmou, em evento no Palácio do Planalto.
A frase é referência a livro de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história do pai, Rubens Paiva, que foi t0rturado e m0rto pela ditadura militar de 1964. A obra baseou o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, pelo qual a atriz Fernanda Torres acaba de conquistar o Globo de Ouro de melhor atriz.
Lula disse que, se houvesse um golpe de Estado em 2023, "muitos de nós estaríamos exilados ou presos, como aconteceu no passado".
O presidente, então, seguiu: "Estamos aqui em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices", pontuou, emocionado, em referência à Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva. Na mesma solenidade, o presidente retificou a criação do prêmio com o nome dela, que era defensora dos direitos humanos.
"Participar desse evento no Planalto é dizer em alto e bom som: não é possível alguém imaginar que exista melhor forma de governança no mundo fora a democracia, ela é tão boa que permitiu um mecânico sem diploma chegasse à Presidência. isso só pode acontecer na democracia.
O titular do Planalto ainda agradeceu as Forças Armadas, presentes no evento, "para mostrar esse país que é possível construir Forças Armadas com propósito de defender a soberania nacional".