Moradores do Canto do Forte, em Cabo Frio, denunciam a construção de um condomínio na área de um sítio arqueológico catalogado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De acordo com a comunidade local, "isso afetará as residências, o patrimônio cultural e o meio ambiente".
Segundo os denunciantes, na última semana, no dia 26/11, a comunidade do Canto do Forte, tradicional vila de pescadores da cidade, foi chamada para participar de um "Laboratório Vivo". Os moradores afirmam que a reunião, promovida pela empresa SPE Cabo Frio, teria, inicialmente, como objetivo que "os moradores mais antigos dessem seus depoimentos sobre a história local e sobre como a área era antigamente".
Durante a conversa com biólogos e arqueólogos, os moradores perceberam, conforme relatado, que a reunião seria, na verdade, um ""estudo de vizinhança" sem conhecimento prévio da verdadeira intenção".
Os moradores afirmaram ainda que, além dos profissionais, mais nenhum responsável pela empresa estava presente. Durante a conversa, foi disponibilizado um questionário on-line para avaliação e um QR Code para que a comunidade tivesse acesso a uma inteligência artificial, a qual confirma diversos achados arqueológicos na região.
Apesar da discordância da população local, imobiliárias já estão divulgando o lançamento do condomínio, com a promessa de ser o "único empreendimento pé na areia, localizado na Praia do Forte". O condomínio será composto por 104 unidades de apartamentos com metragens de 42,24m² a 82m².