A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos planeja visitar cinco estados em busca de restos mortais de vítimas da ditadura.
A tarefa está prevista no plano de trabalho que será votado nesta quinta-feira, em Brasília.
O grupo pretende fazer diligências em cemitérios de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará e Tocantins. Nos últimos dois estados, a intenção é identificar ossadas de combatentes da Guerrilha do Araguaia.
O roteiro ainda prevê a retomada de exames genéticos para identificar ossadas encontradas numa vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus, na capital paulista.
De acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade, 243 pessoas foram vítimas de desaparecimento forçado na ditadura. Isso representa mais da metade das 434 vítimas oficiais do regime.
As primeiras escavações em busca de ossadas foram iniciadas na década de 1980, mas os trabalhos de identificação sempre esbarraram em problemas técnicos e orçamentários. Até hoje, menos de 20 vítimas tiveram os restos mortais identificados e entregues às famílias.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi extinta no fim do governo de Jair Bolsonaro, que sempre se opôs à investigação dos crimes da ditadura. O grupo foi recriado em julho por decreto do presidente Lula. Após meses de reorganização, deve retomar os trabalhos nas próximas semanas.
*Com informações de Bernardo Mello Franco/O Globo