Oposição articula CPI na Alerj para investigar transplantes com HIV

Também foi pedido ao presidente da Comissão de Saúde da Alerj, Tande Vieira (PP), que convoque a secretária Cláudia Mello para uma audiência pública sobre o tema.

Por Conexão no Ar em 15/10/2024 às 17:06:21
Foto: Reprodução

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Deputados de oposição ao governador Cláudio Castro (PL), na Assembleia Legislativa (Alerj), estão articulando a instalação de uma CPI para investigar os casos de contaminação de órgãos de transplante de vírus HIV. A iniciativa é de Flávio Serafini (PSOL) e já conta com assinaturas de pelo menos três deputados.

Após cerca de 25 minutos da sessão ordinária desta terça-feira (15/10), Serafini, já em sua segunda fala, foi o primeiro a repercutir o assunto. Ele criticou a contratação do laboratório PCS Saleme por parte da Fundação Saúde e sublinhou a relação familiar entre seus sócios e o deputado federal e ex-secretário de Saúde, Dr. Luizinho (PP-RJ).

"Um laboratório contratado pela Fundação Saúde, que deveria justamente diminuir as terceirizações. Quem é contratado é um laboratório cujos sócios são parentes do ex-secretário de Saúde, que também tem uma irmã na fundação. Está claro que a secretaria já sabia da infecção dos órgãos e das pessoas que receberam os transplantes há mais de um mês e se manteve em silêncio, acobertando esse grave escândalo", disse Serafini.

Convocação de secretária

Já no expediente final, Martha Rocha (PDT) recordou dos escândalos na época da pandemia da covid-19, que culminaram no impeachment do então governador Wilson Witzel. A deputada afirmou que assinou o requerimento para a instalação CPI e também disse que oficiou o presidente da Comissão de Saúde da Alerj, Tande Vieira (PP), solicitando que convoque a secretária Cláudia Mello para uma audiência pública sobre o tema.

"Oficiei o deputado Tande para que convoque a secretária, a Presidência da Fundação Saúde, os responsáveis pelo contrato e o diretor do setor de transplantes, que não concordou com a contratação desse laboratório. A secretária soube, não acionou a polícia e não tomou nenhuma providência. Esse laboratório atende 10 unidades de saúde do Governo do Estado. Estou preocupadíssima", acrescentou.

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