Polícia Civil investiga se bando usa drones para jogar bombas em rivais na Zona Norte do Rio

Há informação sobre o uso de aparelhos, pilotados à distância, na guerra do tráfico

Por Conexão no Ar em 09/07/2024 às 15:44:14
Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

A Polícia Civil obteve vídeos que, gravados por drones, indicam ter chegado aos céus a guerra travada por quadrilhas do tráfico da Zona Norte do Rio. Os aparelhos, pilotados à distância, estão sendo usados por quadrilhas para monitorar e atacar rivais. Uma das imagens mostra o lançamento de uma granada durante um voo sobre o Morro do Quitungo, em Brás de Pina: a bomba explode ao tocar o solo e teria ferido, com estilhaços, cinco homens numa boca de fumo. Investigações apontam que o ataque partiu do Complexo de Israel.

Em um outro vídeo, uma moradora do Quitungo exibe um drone que caiu em sua casa e diz: "Foram os meninos da Cidade Alta (que faz parte do Complexo de Israel), tá me entendendo? Jogaram uma granada aqui, em cima do meu terraço. Tenho um filho especial, tenho três crianças, isso é uma covardia".

O tráfico do Quitungo também é acusado de enviar drones para o Complexo de Israel. Um desses aparelhos deu um rasante no conjunto de favelas, passando a poucos metros de uma Estrela de Davi iluminada por meio de lâmpadas de neon, como mostra uma gravação também obtida pela Polícia Civil. Ela foi adotada como símbolo da região por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos bandidos mais procurados do estado.

O Quitungo é controlado pelo Comando Vermelho (CV), já o Complexo de Israel está sob o domínio do Terceiro Comando Puro (TCP). A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) confirma que abriu um inquérito para tentar identificar quem são os bandidos que controlam drones na guerra entre as facções.

O tráfico do Complexo da Penha também vem usando drones. No último dia 29, bandidos pilotaram aparelhos para acompanhar a movimentação de policiais que faziam uma megaoperação na região. Porém, na ocasião, não houve lançamentos de bombas.

Comunicar erro
Alerj