A Polícia Civil faz uma operação contra o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro com 26 mandados de prisão em 5 estados. Cinco prisões devem ser cumpridas no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, o esquema movimentou R$ 126 milhões em dois anos.
As investigações são da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Os alvos, de acordo com as investigações, são pessoas jurídicas e físicas responsáveis pela lavagem de dinheiro da facção Comando Vermelho e da facção Família Norte, que atua no Amazonas. Os dois grupos atuam juntos.
Durante a ação da polícia no Rio, uma moradora do Complexo da Maré foi baleada na perna e socorrida para o Hospital Federal de Bonsucesso.
Pela manhã, 8 mandados de prisão foram cumpridos: 6 no Amazonas, 1 em São Paulo e 1 no Rio de Janeiro.
Dibh Moubayed foi preso. As investigações indicam que ele remetia dinheiro do Rio de Janeiro para a Região Norte para a compra de entorpecentes e traficava drogas em comunidades do Comando Vermelho.
Raimundo da Silva foi preso no Amazonas. Alcides Benedito de Andrade foi preso em Boituva, no Estado de São Paulo.
Os agentes do Rio de Janeiro atuam em parceria com o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Estado do Amazonas no cumprimento dos mandados.
Os mandados a serem cumpridos são: 15 no Amazonas; 3 no Paraná; 5 no Rio de Janeiro; 3 em São Paulo.
Os agentes também cumprem mandados em Santa Catarina.
Dois dos principais alvos são Caio Cardoso dos Santos, conhecido como Mano Caio, e Sílvio Andrade Costa, o Silvinho. Os dois são do Amazonas e, de acordo com as investigações, estão escondidos no Complexo da Maré.
Carros da Polícia Civil e um blindado estão na região desde cedo, nas comunidades Parque União e Nova Holanda. Criminosos reagiram à ação policial e dispararam contra as forças de segurança.
Outro alvo é Cleiton Souza da Silva, considerado pelos policiais um elo entre os traficantes do Rio e do Amazonas. Os investigadores afirmam que ele é o responsável pelo abastecimento de drogas de comunidades da Zona Sul da capital fluminense.
Organização
Os policiais investigaram o caminho percorrido pelo dinheiro. As contas de empresas investigadas movimentaram R$ 126 milhões em dois anos. As investigações mostraram que o grupo conta com entrepostos em vários estados, para não levantar suspeitas, até chegar a Manaus.
Havia uma divisão de tarefas que incluía depósitos bancários em contas de pessoas jurídicas, localizadas principalmente nas regiões de fronteira do Estado do Amazonas. Essa ação tinha como objetivo ocultar a origem ilícita do dinheiro que era investido nesses negócios.
As investigações se estenderam de abril de 2017 a junho de 2021.