ViolĂȘncia contra idosos Ă© tema de debate em audiĂȘncia pĂșblica na Alerj

"Nós sempre vamos nos posicionar em defesa dos idosos e de todos os cidadãos que necessitam de proteção", disse o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar

Por Conexão no Ar em 29/06/2024 às 10:12:42
Foto: Reprodução

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A violĂȘncia contra as pessoas da Terceira Idade foi tema de debate em audiĂȘncia pública da Comissão da Criança, do Adolescente e do Idoso, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que realizou audiĂȘncia pública nesta quinta-feira (27/06) a fim de discutir possíveis políticas públicas para coibir os casos de violĂȘncia. Segundo dados divulgados pela Ouvidora Nacional dos Direitos Humanos, foram registradas mais de 40 mil denúncias de violações contra idosos durante os trĂȘs primeiros meses de 2024, representando um aumento de mais de 10 mil ocorrĂȘncias em relação ao mesmo período do ano anterior.

"Qualquer tipo de violĂȘncia é intolerĂĄvel, mas os crimes praticados contra as pessoas da terceira idade estão com certeza entre os mais cruéis, porque são praticados contra pessoas absolutamente indefesas. Aqui, nesta Casa, nós sempre vamos nos posicionar em defesa dos idosos e de todos os cidadãos que necessitam de proteção.", ressaltou o presidente da Alerj, o deputado Rodrigo Bacellar (União).

À frente da Comissão, o deputado Munir Neto (PSD) ressaltou a importância do debate do tema para mitigar essas estatísticas. "A violĂȘncia contra os idosos tĂȘm se tornando cada vez mais frequente, independente da classe social, etnia ou gĂȘnero. Esses altos índices representam uma violação aos direitos humanos e não podemos nos calar frente a essa questão e ainda temos muito para avançar", pontuou.

Para a deputada Carla Machado (PT), membro da Comissão, é necessĂĄrio cobrar do Estado a efetivação das leis do Estatuto do Idoso. "Nós sabemos que diversas leis foram criadas, mas que não são devidamente respeitadas. É preciso também divulgar esses direitos que muitos desconhecem", ressaltou.

Segundo a subsecretĂĄria estadual de Juventude e Envelhecimento SaudĂĄvel, Lícia Matesco, o Rio de Janeiro tem alguns índices que chamam bastante a atenção, principalmente para os gestores dessa política pública. "Traz para a gente uma responsabilidade muito grande, que é de pensar ações efetivas que cheguem à população idosa, principalmente a mais vulnerĂĄvel. Eu acho que esse é o nosso maior desafio", comentou.

O Estado do Rio possui o segundo maior índice do país de pessoas na Terceira Idade. A informação foi apresentada pela Secretaria de Juventude e Envelhecimento SaudĂĄvel, que também esclareceu que as violações contra idosos representam crimes de negligĂȘncia, maus-tratos, violĂȘncia psicológica e patrimonial. "Temos visto o crescimento de forma absurda da violĂȘncia do idoso, pela violĂȘncia física, psicológica, negligĂȘncia e é importante a gente debater esse problema para encontrar soluções e caminhos que possam diminuir esse impacto da violĂȘncia dos nossos idosos", acrescentou Matesco.

Idosos são as maiores vítimas de estelionato

A violĂȘncia patrimonial foi apontada como a maior violação aos idosos no Estado. Segundo levantamento de dados da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoas da Terceira Idade (DEAPTI), somente neste primeiro semestre de 2024 foram presas 104 pessoas acusadas de cometer crimes de estelionato contra idosos.

De acordo com o delegado titular da DEAPTI, MĂĄrio Luiz da Silva, houve um aumento de 20% na resolução desses casos em relação ao mesmo período de 2023. MĂĄrio atribuiu esse avanço ao empenho policial e também ressaltou a importância da notificação desses crimes. "É fundamental que haja comunicação, e nós ainda enfrentamos o problema de que quando vitimado o idoso geralmente fica retraído para denunciar, porque se culpa em função da idade. Essa é uma realidade que precisamos combater; é preciso incentivĂĄ-los a sempre recorrer às delegacias quando necessĂĄrio", afirmou.

Também estiveram presentes na audiĂȘncia representantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), da Secretaria de Estado da AssistĂȘncia Social e Direitos Humanos (SESDH), e do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Idosa.

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