Um levantamento feito pelo Centro de Inteligência em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) aponta que o número de solicitações por leitos para bronquiolite cresceu de 94 pedidos na semana epidemiológica 19 (de 5 a 11 de maio) para 126 na semana 21 (de 19 a 25 de maio), o que corresponde a 34% de aumento. Especialistas da Secretaria alertam que, com a proximidade do período mais frio do ano, a quantidade e a gravidade dos casos costumam aumentar ainda mais.
"A bronquiolite é uma condição clínica causada pela inflamação do bronquíolo terminal, responsável pela troca gasosa e pela oxigenação. Quanto menor for a criança, mais grave pode ser o quadro de bronquiolite. Isso porque uma via aérea pequena pode ficar muito mais comprometida com secreção e inflamação. O que num adulto seria apenas um resfriado comum, pode causar sérios danos a um bebê, especialmente nos menores de um ano", explica a pediatra da Secretaria de Estado de Saúde, Fernanda Fialho.
A especialista elenca também sinais que podem servir como alerta de agravamento da doença: prostração extrema, recusa alimentar, dificuldade para mamar, além de dificuldade para respirar. "Caso o bebê apresente qualquer um desses sintomas, é hora de procurar uma emergência", explica Fialho.
A bronquiolite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como o vírus sincicial respiratório (VSR), influenza, parainfluenza e adenovírus. O VSR é o principal agente infeccioso da bronquiolite, mas ainda não há vacina disponível para crianças. Entretanto, a imunização contra a Influenza e Covid-19 está disponível nos postos e impacta positivamente na contenção desses casos, que seguem aumentando nas unidades de saúde.
Ampliação de leitos e capacitação de profissionais de saúde são medidas preventivas
A SES-RJ ampliou a capacidade do Hospital Regional do Médio Paraíba Drª Zilda Arns Neumann, em Volta Redonda, passando de 20 para 35 leitos de UTI pediátrica, podendo chegar a 40 conforme aumento dos casos.
"Nosso monitoramento acontece 24 horas por dia, portanto, temos capacidade de detectar a piora ou melhora dos cenários rapidamente, ampliando a capacidade do Hospital Zilda Arns e, caso haja necessidade, abrindo leitos em outras unidades", afirma a secretária de Estado de Saúde do Rio, Claudia Mello.
Além de monitorar os casos, a Secretaria está promovendo uma série de capacitações para profissionais de saúde que atuam nas emergências das unidades da rede estadual e para médicos dos 92 municípios do estado que trabalham na Atenção Primária.