A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (23/05) uma operação contra um quadrilha especializada em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a PF, os suspeitos requeriam benefícios em nomes de pessoas "fictícias" e reativavam aposentadorias e pensões de beneficiários já mortos.
Até às 8h, 2 pessoas haviam sido presas. Uma delas foi presa no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Na região, moradores relatam um intenso confronto.
Ao todo, estão sendo cumpridos 8 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 9 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro contra investigados suspeitos de liderarem a quadrilha, nos municípios do Rio, Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense. Um dos alvos é um servidor do INSS.
A quadrilha investigada causou à Previdência Social um prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões, sendo que os valores poderiam alcançar estimados R$ 12,3 milhões se não fosse pela atuação da PF.
Essa é a segunda fase da Operação Metamorfose. No ano passado foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão contra integrantes do grupo criminoso que faziam a representação legal de beneficiários "fantasmas".
Segundo a corporação, com a 2ª fase da ação, "a Polícia Federal irá desestruturar qualquer possibilidade da organização criminosa seguir atuando em prejuízo do INSS e seus aposentados e pensionistas, uma vez que as principais lideranças da quadrilha são alvos dos mandados judiciais em questão na deflagração de hoje, incluindo servidor da Autarquia Federal".
De acordo com a PF, a quadrilha investigada atua requerendo benefícios previdenciários em nome de pessoas "fictícias", ou por meio da reativação de benefícios titularizados por pessoas já mortas, mas que possuíam altos valores pagos pelo INSS represados em conta.
Os agentes sustentam que, foram fraudados os benefícios do tipo pensão por morte e BPC-Loas, benefício de prestação continuada ao idoso hipossuficiente. O grupo obtinha sucesso nas práticas criminosas em razão da atuação de procuradores que se habilitavam como representantes legais dos titulares "fantasmas" ou falecidos.
Uma vez concedido o benefício, tais procuradores realizavam a abertura de contas em agências bancárias, proporcionavam os saques dos valores e retiravam o cartão para saques futuros.
Verificou-se, assim, que além de atuarem como procuradores de pessoas "fictícias", os criminosos se apresentavam perante o INSS como se fossem outra pessoa, visto que alguns integrantes da quadrilha forjaram a própria identidade.
A Polícia Federal afirma que os criminosos responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, peculato eletrônico, falsidade ideológica, falsificação e uso de documentos falsos. Se somadas, as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.
Por conta da operação da PF no Complexo do Alemão, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que quatro unidades escolares foram impactadas. As aulas foram suspensas.