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Risco iminente

Estudo mostra que mais de 1 milhão de casas no estado do Rio estão em áreas de alto risco para inundações

O documento também foi elaborado pela Frente Parlamentar pela Justiça Climática


Foto: Reprodução

Um diagnóstico feito pela associação civil Casa Fluminense revela o tamanho do desafio que o Rio enfrentará nos próximos anos para reduzir os impactos das mudanças climáticas: 1,1 milhão de casas dos 22 municípios da Região Metropolitana estão em áreas de alto risco para inundações, enquanto outras 60,6 mil ficam em regiões onde é perigosamente elevada a possibilidade de deslizamentos. Com a frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos no país e no estado, hoje sob o impacto de uma persistente onda de calor, especialistas apontam soluções que envolvem variadas áreas de atuação.

O documento também foi elaborado pela Frente Parlamentar pela Justiça Climática — presidida pelo deputado Flavio Serafini (PSOL) e de outras organizações civis. Eles entregaram o estudo ao Ministério Público e protocolaram uma representação cobrando celeridade nas políticas públicas do governo estadual.

"É preciso um planejamento urbano mais adequado. Entre os pontos centrais estão os planos de habitação de interesse social comprometidos em garantir moradia digna e segura em áreas de acesso a infraestrutura urbana, diz Larissa Amorim, coordenadora executiva da Casa Fluminense.

Somente na Baixada Fluminense, 27,8% das residências foram construídas em locais onde é alto o risco de inundação. Um projeto bilionário aguarda recursos para ser implementado e é considerado primordial para reduzir o impacto das chuvas — como as que castigaram a região no início do ano. O governo do estado apresentou à União um pedido de inclusão de obras para os rios Iguaçu, Botas e Sarapuí no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A proposta ainda está sendo analisada pela equipe técnica do Ministério das Cidades e não há previsão da liberação dos recursos.

Ao longo do Rio Sarapuí, na altura da RJ-101, em Duque de Caxias, dezenas de casas e estabelecimentos comerciais foram erguidas à beira da água. A prefeitura informa, em nota, que inaugurou em julho de 2023 um parque público com "mais de 1 km de extensão" no bairro Sarapuí. "Para a realização da obra, a prefeitura transferiu 1.245 famílias da margem do Rio Sarapuí para apartamentos novos do Programa Minha Casa, Minha Vida", diz o texto. Em Nova Iguaçu, no bairro Caiçara, também foram construídas casas ao lado do Rio Botas, que transbordou após temporais nos dois primeiros meses do ano. A prefeitura informou que irá vistoriar o local.

Em janeiro, a cidade do Rio teve o maior volume de chuva para o mês desde 1997, ano do início dos registros da série histórica. Segundo a Casa Fluminense, 438 mil residências da capital estão em áreas de alto risco de inundação — cerca de 15% do total de casas. Uma das áreas mais afetadas neste ano foi o entorno do Rio Acari, na Zona Norte, onde também há construções nas margens. O governo federal analisa incluir no PAC obras de drenagem na região, a pedido da prefeitura do Rio. O município diz que investe em ações de desassoreamento de rios e prevenção de deslizamentos e inundações.

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