A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira (4) a Operação Ficção ou Realidade, contra o tráfico internacional de armas de fogo e acessórios oriundos dos Estados Unidos e vendidos a facções criminosas e milícias cariocas.
Uma pessoa foi presa no Paraná e foram apreendidas 34 armas no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, 11 dessas armas são submetralhadoras MP5, a mesma plataforma utilizada para matar a vereadora Marielle Franco.
A investigação, a partir de informações da Receita Federal, revelou que a quadrilha contratou uma empresa do ramo de efeitos cinematográficos para armazenar os armamentos importados ilegalmente. Alegavam guardar "materiais de efeito não lesivo destinados ao serviço de show pirotécnico", a fim de não levantar suspeitas.
O alvo principal no Rio foi o advogado Fernando Humberto Henriques, condenado em 2015 pela Justiça Militar por calúnia e investigado por desvio de armas do Exército em 2020. Também naquele ano, Henriques depôs como testemunha de defesa no julgamento de Ronnie Lessa, réu confesso da morte de Marielle e Anderson.
Para a operação desta quinta, a PF contou com o apoio da Homeland Security Investigations (HSI), principal braço investigativo do Department of Homeland Security (DHS) dos Estados Unidos.
"Em janeiro deste ano, autoridades estadunidenses apreenderam, em Miami, expressiva quantidade de material bélico que estava prestes a ser enviado clandestinamente ao Brasil", afirmou a PF.