Após a delação premiada de Ronnie Lessa ser homologada pelo STF nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Ramos, a defesa do réu acusado de matar Marielle anunciou nesta quarta-feira (20) que vai abandonar o caso.
Lessa está preso desde 2019, sob acusação de ser um dos executores do crime e teria entregado os mandantes e as circunstâncias do assassinato.
Os mandantes, segundo Lessa, integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles e indícios sobre as motivações.
Em nota assinada pelos advogados Fernando Santana e Bruno Castro, ambos alegam que "por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores". Eles faziam a defesa de Lessa em 12 processos.
"Desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado. Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa", afirma a nota.