Apreensão de macacos em casa de influenciadora iniciou investigação contra tráfico de animais

Segundo a Polícia Federal, o grupo contou com a falsificação de documentos e selos públicos do Ibama e do Inea

Por Conexão no Ar em 12/03/2024 às 15:41:19
Foto: Reprodução

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A apreensão de macacos na casa da influenciadora Nicole Bahls, no início de 2023, iniciou uma investigação que culminou na operação da Polícia Federal contra animais silvestres nesta terça-feira (12/03). Um bombeiro foi preso na ação.

Três pessoas foram presas na Operação Defaunação, contra a captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres — inclusive espécies em extinção. .

Os bichos pegos na mata eram submetidos a maus-tratos e vendidos por até R$ 120 mil nas redes sociais. O grupo pode ter lucrado R$ 15 milhões em 1 ano com a prática.

Segundo as investigações, a quadrilha contava com a falsificação de documentos e selos públicos do IBAMA e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Agentes saíram para cumprir 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Niterói, nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. A PF teve apoio das Corregedorias da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Na casa do bombeiro, no bairro Araçatiba, em Maricá, a PF encontrou um pônei muito debilitado preso em um trailer. Em Itaipuaçu, também em Maricá, policiais prenderam um casal alvo de mandados e apreenderam armas e munição. Em Itaipu, em Niterói, foram apreendidas cobras em caixas.

De acordo com a PF, caçadores, receptadores, falsificadores e traficantes de animais contavam com a participação de servidores do Inea e de militares do Comando de Policiamento Ambiental, além de uma universitária e dois médicos veterinários.

A PF descobriu que pelo menos 120 macacos-prego foram traficados, incluindo macacos-prego-de-crista, ameaçados de extinção. Também eram oferecidos iguanas, cervos, araras, papagaios e outros pássaros.

Os criminosos anunciavam os bichos nas redes sociais e cobravam de R$ 20 mil a R$ 120 mil, "a depender da espécie e se viriam acompanhados ou não de documentos falsos".

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. As penas podem chegar a 58 anos de reclusão.

Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que não compactua com desvios de conduta e que preza pelas boas práticas na atuação dos seus servidores, sempre de forma ética e comprometida. "No caso da operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira trata-se de ex-servidores, que não trabalham mais no Instituto", afirmou.

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