Uma sessão histórica para promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária lotou o plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (20), antevéspera do início do recesso parlamentar. Do gabinete da presidência do Congresso Nacional, às 15h30, partiram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, que seguiram ao lado do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), responsável pela promulgação. Essa sessão que uniu os representantes dos Três Poderes da República é um marco histórico para o Brasil que, há quatro décadas, pelo menos, discute a mudança no sistema tributário brasileiro.
Após a promulgação, Rodrigo Pacheco discursou classificando a PEC como a "maior reforma aprovada pelo Congresso na história". "A aprovação da Reforma Tributária é um marco para a democracia brasileira e um exemplo da necessidade de harmonia entre os poderes da República para as grandes e necessárias mudanças de que precisamos", declarou. "É digno de nota que, no primeiro mandato de um governo, tenhamos chegado a um resultado tão satisfatório", acrescentou.
Os ministros do alto escalão da presidência da República também estiveram com o presidente Lula na sessão: Fernando Haddad e Simone Tebet entre eles — à mesa, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. Após a fala do presidente do Congresso, Lira assumiu posição na tribuna do plenário e deu início a um discurso repleto de agradecimentos; ele listou nominalmente os líderes das bancadas partidárias na Câmara, o presidente Pacheco, o ministro Fernando Haddad e Barroso. "Presidente Pacheco entrega ao país um sistema tributário enxuto, mas, racional, simplificado e justo. Quem ganha mais, vai pagar mais, aprovamos uma reforma tributária que dará segurança jurídica aos investidores, tornamos nosso sistema tributário mais previsível e eficiente", declarou. "É a reforma dos brasileiros que precisam de mais emprego, mais renda e menos impostos. É dos empresários que sempre desejaram esse sistema tributário, e não o manicômio tributário ao qual estávamos submetidos", completou.
Durante a declaração, Lira chegou a pedir aos deputados que se comportassem, em referência aos gritos de oposição e base dirigidos a Lula. "Vamos guardar nossas convicções para as sessões do plenário e fazer o máximo possível para nos comportarmos", disse. O petista, aliás, encontrou uma Câmara dos Deputados divida e com forte reação dos parlamentares de oposição. Em resposta, Lula, vaiado no início da fala, disse: "Não precisa gostar do governo, não precisa gostar do Lula, mas, se lembrem, vocês contribuíram para o país, pela primeira vez em um regime democrático, aprovar a reforma tributária. O presidente ainda acenou pelo apaziguamento dos ânimos. "Esse Congresso, com direita, esquerda, centro, mulheres, homens, negros e brancos, quer vocês gostem ou não do presidente, é a cara do povo brasileiro", acrescentou.