O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou para o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) acesso aos autos da investigação sobre espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na segunda-feira (29), Carlos foi alvo de buscas e apreensões realizadas pela Polícia Federal em uma operação que apura uso irregular da agência durante o governo Jair Bolsonaro, pai do vereador.
Mais cedo, em nota, sua primeira manifestação pública após as buscas, Carlos disse que tinha pedido acesso aos autos no STF, mas que a solicitação ainda não havia sido analisada, "impossibilitando que se tome conhecimento dos fatos em apuração".
Após essa nota do vereador, o STF informou, também por escrito, que o acesso já está liberado. E que a defesa de Carlos deve buscar o material no prédio do Supremo.
"Sobre a nota da defesa do Carlos Bolsonaro reclamando que não teve acesso à integra da investigação da Operação Vigilância Aproximada, o STF respondeu que já foi liberado, mas que os advogados precisam buscar no gabinete", afirmou o tribunal.
De acordo com investigações da Polícia Federal, uma "Abin paralela" funcionou durante o governo passado, com o objetivo de monitorar políticos e autoridades e também produzir material para uso de familiares do ex-presidente.
A suspeita dos investigadores é que Carlos recebeu "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin.
Ainda segundo as investigações, assessores de Carlos Bolsonaro, que também foram alvo da operação, teriam pedido informações sobre políticos para o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem é próximo da família Bolsonaro.