Obra de restauração da Leopoldina é interrompida por falta de pagamento

Revitalização começou há menos de 1 ano. Prefeitura diz que recebeu denúncias de que empresa estava com problemas trabalhistas.

Por Adriana França em 11/06/2025 às 12:40:19
Foto: Reprodução

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As obras de restauração da Estação Leopoldina foram paralisadas este mês depois de quase um ano iniciadas. A empresa responsável pela reforma afirma que não estava recebendo pagamento por parte da prefeitura do Rio.

A limpeza do local e o recolhimento dos materiais começou há pouco mais de uma semana.

O RJ2 apurou que a prefeitura deve R$ 7,8 milhões à Concrejato, empresa que venceu a licitação para realizar a obra. O último repasse foi feito em novembro. No mês passado, a empreiteira decidiu paralisar a obra, que foi orçada em mais de R$ 72 milhões.

A revitalização estava sendo custeada pela prefeitura, como contrapartida à doação do terreno que pertencia à União.

Em fevereiro do ano passado, a cessão do terreno foi acordada em Brasília, após longas negociações.

Na época, o prefeito Eduardo Paes disse que o município do Rio assumiria a responsabilidade pela restauração.

A obra contratada é só de reforma da estação. Pelo projeto, a Estação Leopoldina passaria a se chamar Estação Barão de Mauá e envolveria muito mais que a restauração do terminal.

O terreno cedido tem 125 mil m² e o projeto prevê a construção de uma série de equipamentos públicos, como:

Um centro de convenções;

Um complexo para escolas de samba da Série Ouro, que se chamaria Cidade do Samba 2;

Um bairro com 700 moradias populares, financiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida;

Uma Clínica da Família

Uma escola pública no modelo Ginásio Experimenta Tecnológico (Get)

Ainda não foi definido quem vai custear essas intervenções. O prédio tem 99 anos. No início da restauração, carcaças de trens usados ao longo dos anos ainda estavam estacionados no local. Eles também seriam restaurados e preservados.

O local passou por limpeza, com remoção de entulho, lixo e mato. Entre os serviços executados, está também a demolição de um pavimento que foi construído irregularmente no topo do prédio.

Ainda não se sabe qual será a destinação do imóvel após a restauração e como serão custeadas as intervenções no restante do terreno.

Nesta segunda-feira (9/06), o Ministério da Gestão e da Inovação e a prefeitura anunciaram que foi firmado um acordo no qual o Bndes será responsável pela elaboração de estudos técnicos, jurídicos e econômicos a fim de orientar quanto as melhores alterativas de uso para o imóvel.

Segundo a nota, o projeto deverá prever a concessão da área para a iniciativa privada, que custeará os estudos técnicos, bem como a maior parte dos investimentos. Não há previsão de repasse de recursos financeiros da União para a prefeitura.

Em resposta à reportagem, o prefeito Eduardo Paes disse que os pagamentos foram interrompidos porque a prefeitura recebeu denúncia de que a empresa não estava seguindo as regras das leis trabalhistas e colocando em risco os trabalhadores.

A empresa nega essa informação e diz que "não existem denúncias de falta de segurança feita por funcionários, assim como não há pendências trabalhistas".

A Concrejato afirma que a obra foi paralisada de forma negociada com a prefeitura por conta da falta de pagamento.

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