Secretaria de Segurança faz balanço da operação no Complexo de Israel; 4 pessoas ficaram feridas à bala

A ação é resultado de 7 meses de investigações, que culminaram na identificação de 44 traficantes sem mandados, permitindo à Civil solicitar ordens judiciais com base em novas provas.

Por Adriana França em 10/06/2025 às 15:22:36
Foto: Reprodução TV Globo

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O secretário de Segurança, Victor Santos, considerou um sucesso a operação desta terça-feira (10) no Complexo de Israel. "A operação de hoje foi complexa, que requer um planejamento detalhado, e isso foi feito com sucesso. Principalmente pelo objetivo: tirar do anonimato narcoterroristas", declarou.

Agentes saíram para prender 44 pessoas, a maioria sem antecedentes criminais e que tinham uma forte atuação dentro do Terceiro Comando Puro (TCP). Inicialmente, havia a informação de que eram 70 mandados de prisão, mas o número foi ajustado na entrevista coletiva sobre a operação.

De acordo com o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, dezenas de traficantes "passavam despercebidos da sociedade e da atuação da polícia" no Complexo de Israel, a mando de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP).

"O Peixão não era alvo dessa investigação, e sim pessoas que se escondiam nas sombras e agiam sem botar suas caras — e hoje eles são conhecidos. Mesmo que não prendemos, eles são foragidos, é questão de tempo [capturar]. Atrás de um líder, existe uma estrutura de pessoas que viabiliza aquela organização criminosa", detalhou Victor Santos.

"A Polícia Civil age com investigação e inteligência. Tiramos do anonimato pessoas que passavam despercebidas da polícia. Criminosos que tinham função de organizar manifestações contra a polícia, atear fogo a barricadas", disse Curi.

"Havia uma equipe especializada em abater helicópteros. Ficam em locais privilegiados na comunidade para atirar em aeronaves da polícia e da imprensa. Um desses elementos foi preso com fuzil com luneta para atirar e tentar atirar nos alvos", detalhou Curi.

Por precaução, a Avenida Brasil e a Linha Vermelha foram fechadas por volta das 6h30, o que travou o trânsito na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em consequência, o Centro de Operações e Resiliência (COR) colocou a cidade no Estágio 2, de uma escala de 5 — o que indica a possibilidade de impactos na rotina do cidadão.

"Quem causa esse transtorno não é a polícia. Ela está indo lá para cumprir sua atribuição constitucional. Hoje fomos lá cumprir ordens prisionais. Para fazer essa operação, precisamos de uma logística, mais de 600 policiais. Estamos lidando com narcoterroristas que atiram deliberadamente contra a população. Eles fizeram isso no ano passado: mataram 3 pessoas. Por isso, fazemos essa contenção. Quem reage à entrada da polícia são os narcoterroristas. A Polícia Civil está lá para evitar um transtorno", narrou Curi.

"Ao tirar esses marginais do anonimato, eles não vão ficar mais tranquilos. Não vão dormir mais tranquilos. Estamos gerando para eles a mesma intranquilidade que eles geram para o morador da favela que é oprimido 24 horas por dia."

Segundo a polícia, a ação desta terça é resultado de 7 meses de investigações, que culminaram na identificação desses traficantes.

De acordo com a polícia, o TCP impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa.

A polícia descobriu um grupo que organizava "protestos" com a queima de ônibus para obstruir o trabalho policial. Outro núcleo se especializou no abate de aeronaves policiais, composto por criminosos com armamento pesado e treinamento específico.

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