Cardeal Robert Prevost é eleito novo Papa e assume liderança da Igreja Católica

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8/05) como o novo Papa da Igreja Católica, sucedendo o Papa Francisco, falecido em 21 de abril. A eleição foi anunciada com a tradicional fumaça branca que emergiu da chaminé da Capela Sistina às 18h47 no horário local (13h47 de Brasília), após cinco votações ao longo de três dias de Conclave.

Robert Prevost vai adotar o nome de Papa Leão XIV.

Prevost, nascido em Chicago é conhecido por sua atuação missionária no Peru durante os anos 1980 e por sua liderança como prefeito do Dicastério para os Bispos desde 2023. Sua eleição marca a primeira vez que um americano assume o papado, refletindo a diversidade e a universalidade da Igreja Católica.

Durante o Conclave, que contou com a participação de 133 cardeais, a escolha de Prevost foi vista como um consenso entre diferentes correntes da Igreja, unindo moderados e progressistas. Sua experiência internacional e perfil conciliador foram decisivos para sua eleição.

A cerimônia de entronização do novo pontífice está prevista para os próximos dias, com a presença de líderes religiosos e chefes de Estado de todo o mundo.

O primeiro discurso, as primeiras palavras

"Quero que essa saudação de paz entre no coração de vocês, a todas as pessoas", disse Leão, em sua primeira saudação. "Deus ama a todos, e o mal não prevalecerá."

Ele usou o início de seu discurso para homenagear seu antecessor, papa Francisco, a quem agradeceu. Ele diz que quer "prosseguir com a bênção" do argentino.

"Sou um filho de Santo Agostinho. Um agostiniano", afirmou, indicando um possível caminho para seu papado.

Em meio ao discurso, ele trocou o italiano para o espanhol e agradeceu o seu episcopado em Chiclayo, no Peru, onde passou boa parte de sua carreira eclesiástica.

Ele encerrou sua primeira mensagem aos fiéis na Praça São Pedro com a oração da Ave Maria.

O Conclave

O Conclave, formado por 133 cardeais com direito a voto, teve início na manhã da segunda-feira (6), reunindo líderes católicos de todo o mundo. A escolha de Parolin, apontado como um dos favoritos desde o início, refletiu o desejo por continuidade na linha diplomática e reformista iniciada por Francisco, mas também pela retomada de um pontificado europeu após dois papas latino-americano e alemão.

Prevost assume o posto em um momento desafiador para a Igreja, que busca respostas para questões contemporâneas como o celibato clerical, o papel das mulheres, os casos de abuso e o declínio de fiéis em regiões historicamente católicas.

Desafios e expectativas

O novo Papa assume em um momento de fortes tensões geopolíticas, com a Igreja buscando manter seu papel como ponte entre povos e nações. Conflitos como a guerra na Ucrânia, o agravamento da crise no Oriente Médio e o crescimento da intolerância religiosa pelo mundo estão entre os desafios internacionais.

Internamente, a Igreja enfrenta a queda do número de fiéis na Europa, debates sobre o celibato, maior inclusão das mulheres e uma postura mais firme diante de escândalos de abusos sexuais. Espera-se que Parolin continue promovendo reformas administrativas e pastorais iniciadas por Francisco, mas com seu próprio estilo.

A missa de entronização está prevista para os próximos dias e deve contar com a presença de líderes de Estado, representantes de outras religiões e centenas de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, marcando o início de um novo capítulo na história do Vaticano.