Alerj concede Medalha Tiradentes post mortem para Eunice Paiva

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, em discussão única, na manhã desta quinta-feira (13), a entrega da Medalha Tiradentes post mortem para Eunice Paiva (1929- 2018). Segundo o projeto de autoria da Deputada Dani Monteiro (PSOL), a maior honraria da casa se deve ao trabalho de Eunice como defensora da democracia e dos direitos humanos.

Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva teve papel central na busca por informações sobre o paradeiro de seu marido, o deputado Rubens Paiva, desaparecido político depois de ter sido preso, torturado e assassinado pela ditadura militar brasileira, na década de 1970.

Após a morte de Rubens, Eunice se formou em Direito e tornou-se uma advogada engajada em lutas sociais e políticas, e em especial pelo direito dos povos originários do país. Ela combateu ativamente a política indigenista do regime militar até o final da ditadura.

Filme "Ainda estou aqui"

A trajetória de Eunice Paiva é retratada no filme "Ainda estou aqui", de Walter Salles, que garantiu um Oscar inédito para o cinema brasileiro e ajudou a apresentar a história da família Paiva para as novas gerações. O longa, inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, foi premiado como Melhor Filme Internacional, além de receber outras duas indicações para Melhor Filme e Melhor Atriz com Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva.

Para a deputada Dani Monteiro, a homenagem da Assembleia Legislativa também ajuda a reconhecer a trajetória de Eunice na luta por memória, verdade e justiça.

"Eunice Paiva é um símbolo da luta contra o autoritarismo e a brutalidade do Estado. Esta medalha não é apenas uma homenagem, mas um compromisso nosso com a memória e a verdade. Não podemos aceitar que tentem reescrever a história para apagar os crimes da ditadura", disse a deputada.