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O contraventor Vinicius Drumond, herdeiro do bicheiro Luizinho Drumond, é alvo nesta quarta-feira (5/02) da Operação Ouro Negro, da Polícia Civil do RJ, contra o furto de combustíveis de dutos subterrâneos da Petrobras.
Segundo as investigações, Vinicius Drumond era o líder estratégico e financeiro da quadrilha. O bando agia no RJ e em outros estados e extraía sobretudo petróleo, a fim de revendê-lo como matéria-prima para a produção de asfalto, borracha e plástico.
"Nós conseguimos chegar ao financiador, e para a nossa surpresa é o Vinícius Drumond. É a 1ª vez que a gente se depara com um contraventor envolvido nesse tipo de crime", declarou o delegado Pedro Brasil.
Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) saíram para cumprir 5 mandados de busca e apreensão. Não há mandados de prisão.
A DDSD apurou que a quadrilha furtava petróleo dos tubulões com recursos do jogo do bicho. O dinheiro era usado para comprar equipamentos de última geração, para alugar veículos de transporte dos combustíveis e para pagar a funcionários.
A quadrilha tinha níveis e funções bem estruturados: havia os perfuradores, os transportadores, os informantes — que avisavam da chegada da polícia — e os laranjas.
"Não se trata apenas de um crime patrimonial. É um crime que causa prejuízos à Transpetro, mas que também gera um grande risco ambiental. Pode causar catástrofes, desabastecimento de água em cidades e explosões e incêndios onde era refinado esse petróleo", descreveu o delegado.
Outros investigados
Além de Vinícius Drumond, a investigação revelou o envolvimento direto de Franz Dias Costa e Mauro Pereira Gabry, personagens com um histórico consolidado em esquemas de furto de combustíveis e em outras atividades ilícitas.
A polícia afirma que a família Gabry tem fortes ligações com a contravenção carioca. "Mauro exerce um papel estratégico dentro do grupo, sendo o responsável direto pela administração das operações criminosas na região do Sul Fluminense, sob a coordenação de Vinícius Drumond", detalhou.Vinicius Drumond é considerado um dos membros da nova cúpula do jogo do bicho do RJ, ao lado de Adilsinho e de Rogério Andrade, por exemplo.
"Herdeiro de uma das mais antigas redes de contravenção do Rio de Janeiro, Drumond ascendeu rapidamente no mundo do crime organizado, expandindo seus negócios ilícitos para além do jogo do bicho", descreve a polícia.
"Com um perfil discreto, mas extremamente influente nos bastidores do crime, ele é apontado como o responsável por diversos esquemas de corrupção e pelo financiamento de operações ilegais, como o furto de combustíveis."
"Vinícius Drumond utiliza empresas de fachada e um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, integrando o lucro obtido com o jogo do bicho e o desvio de recursos do petróleo para atividades criminosas em vários estados do Brasil", afirmou a DDSD.