Em apoio ao comércio e também a outras empresas do Centro, o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), que juntos representam mais de 30 mil estabelecimentos comerciais da cidade, entregaram uma carta ao prefeito Eduardo Paes, na qual se manifestam contrários ao projeto imobiliário previsto para o Buraco do Lume e pedem sua preservação.
No documento encaminhado ao prefeito do Rio, as entidades alertam para os impactos negativos, com prejuízos históricos, culturais, ambientais, urbanos e econômicos, que a iniciativa pode provocar, e pedem que a área seja preservada, sendo qualquer proposta de mudança amplamente avaliada e debatida com a sociedade.
O Buraco do Lume, foi destombado em 2022, o que abriu caminho para a aquisição do terreno por um investidor privado. Agora, a possível construção de um edifício com mais de 20 andares e mais de 500 apartamentos nessa área vem causando grande apreensão ao comércio do Centro, que acredita que também sofrerá com reflexos negativos, caso o empreendimento avance.
O presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, destaca que "a revitalização do Centro é fundamental para a retomada do desenvolvimento econômico da região, mas, a construção de um edifício residencial gigantesco no Buraco do Lume terá efeito contrário a esse objetivo".
"A construção de um edifício aumentará o calor no Centro e agravará os já sérios problemas de mobilidade urbana, além de causar prejuízo ao patrimônio histórico e cultural da cidade. Por consequência, prejudicará também o comércio e outras atividades empresariais ali instalados, que há anos sofrem com os problemas da região. O Buraco do Lume é um espaço histórico, palco de manifestações democráticas e de convivência pública, que deve ser preservado e valorizado como parte da identidade carioca", afirma ele, que ressalta ainda que, "no Centro do Rio não faltam áreas nem imóveis mal utilizados ou mesmo abandonados que precisam e poderiam ser revitalizados e mesmo receber projetos desse porte".