Vilões da inflação

Café e carnes podem subir até 20% neste ano

Previsão é de que alta dos preços de alimentos fique próxima da média projetada para a inflação geral, de 5,5%


Foto: Reprodução

Os brasileiros devem se preparar para um aumento nos preços de alimentos este ano. A alta não será generalizada, e economistas até divergem sobre a sua magnitude, já que as condições climáticas e o dólar afetam as previsões. Mas a leitura geral é que itens como carnes e café subam com força e pesem mais no bolso das famílias, acendendo alerta no governo, que teme impacto na popularidade já de olho nas eleições de 2026.

Luis Otavio Leal, economista-chefe e sócio da G5 Partners, projeta alta de 5% nos alimentos este ano, abaixo da média histórica de 7%. Ele avalia que a dinâmica deverá ser ajudada pela safra recorde de grãos e pelo clima, já que o fenômeno La Niña tende a ser fraco este ano. No entanto, a carne bovina e o café serão os grandes "vilões", com altas de 7,5% e 20% este ano, respectivamente.

Ele espera outros impactos significativos nos preços do frango, com chances de aumento na casa de 8%, de 9,1% sobre o arroz e de 5,5% sobre o leite longa vida: "São alimentos que acabam tendo muita sensibilidade ao consumidor. No caso do frango, não é questão de oferta. Mas como o preço da carne sobe, as pessoas aumentam o consumo da outra proteína".

Baixa oferta global

Alexandre Maluf, economista da XP, espera alta mais significativa: um aumento de até 9,2% para os preços de alimentos e bebidas este ano. O vilão, diz ele, serão as proteínas. Ele espera que a carne bovina fique até 20% mais cara este ano, seguido do frango, que deve ter alta de 14%:

O café pode ter alta superior a 20%, projeta o economista da XP. E ele não vê instrumento efetivo para conter o preço diante da restrição do grão no mercado internacional.

José Carlos Hausknecht, sócio diretor da consultoria MB Agro, diz que os preços do café e das carnes estão altos no mercado internacional pela baixa oferta global, o que traz reflexos sobre preços domésticos. E, por causa da desvalorização do real frente ao dólar, o custo fica maior e afeta a paridade interna.

No mercado interno, o preço da saca de café arábica de 60kg chegou a R$ 2.387,85, uma alta de 132% em apenas um ano, considerando preços de janeiro deste ano frente a igual mês do ano passado. Os dados são do Cepea, compilados pela MB Agro.

"Baixar o câmbio seria a melhor medida (para conter os preços de alimentos)", avalia Hausknecht.


*Com informações de O Globo

Brasil economia inflação carne café oferta internacional preços

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!