Rio tem primeira morte por dengue em 2025 e focos do mosquito preocupam as autoridades

Centro, Campo Grande e Santa Cruz são bairros que mais preocupam

Por Adriana França em 27/01/2025 às 10:54:07
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Foto: Reprodução

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A cidade do Rio registrou a primeira morte por dengue em 2025. A vítima é um homem de 38 anos, de Campo Grande, na Zona Oeste. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (27), durante a divulgação do resultado do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano, na Clínica da Família do Estácio de Sá, no Rio Comprido, Zona Norte. Há ainda um caso suspeito sendo investigado, mas a região não foi divulgada.

Segundo secretário municipal de saúde do Rio, Daniel Soranz, o Levantamento visitou 100 mil domicílios aleatoriamente em todas as regiões da cidade e os resultados apontaram larva e ovo do Aedes aegypti em 0,74% das amostras coletadas. "É melhor do que o mesmo índice do ano passado, de 0,79%, mas tem três regiões que nos preocupam especialmente: Centro, Campo Grande e Santa Cruz", afirmou o secretário.

De acordo com o Observatório Epidemiológico do município (EpiRio), há 756 casos de dengue confirmados neste ano. Soranz afirma que os principais pontos de proliferação do mosquito continuam sendo os depósitos móveis, principalmente vasos de plantas e lixo, mas também os fixos, como calhas e caixas de passagens fluviais. Ele explicou que, a cada dois registros da doença, um teve foco dentro do próprio domicílio do paciente.

"São depósitos que nem sempre a gente está muito atento, mas são os grandes vilões, novamente. A gente vê de novo a prevalência dos vasos de planta como primeiro tipo de depósito na proliferação do mosquito Aedes aegypti (?) Esse ano a gente tem índices muito melhores do que do ano passado, uma situação muito mais confortável que o ano passado, mas é uma situação preocupante".

O secretário alertou que aos primeiro sintomas, como febre e dores no corpo e atrás dos olhos, a população deve procurar uma Clínica da Família ou Centro Municipal de Saúde, onde serão realizados teste rápido hemograma para confirmar a doença e definir o melhor tratamento. O Ministério da Saúde iniciou a distribuição dos testes rápidos e a previsão é de que até o final de março, todas as unidades básicas municipais tenham o exame.

A vacinação também causa preocupação, já que, segundo Soranz, cerca de 100 mil crianças e adolescentes ainda não compareceram para receber a segunda dose. O imunizante deveria ser aplicado três meses após a primeira vacina, nas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Caso os pais não levem os filhos até 31 de janeiro, as doses serão disponibilizadas para a próxima faixa etária contemplada.

"A gente já está esperando há mais de seis meses que os pais tragam seus filhos para se vacinarem com a segunda dose. Esse público alvo já poderia ter se vacinado há mais de um ano. Então, quem não se vacinar até 31 de janeiro, a gente vai abrir essa vacinação para outra faixa etária, que quer muito se vacinar. Vacina parada, vacina em estoque é perder oportunidade de proteger nossa população e a gente não quer que isso aconteça".

Além do público-alvo, moradores da região de Guaratiba, na Zona Oeste, que tem o maior índice de infestação do Rio, também podem ser imunizados. "A gente tem uma pesquisa na região de Guaratiba, então as pessoas de 18 a 59 anos podem tomar a vacina para a dengue. Quem mora em Ilha, Pedra e Barra de Guaratiba, que é uma área com o índice de infestação de mosquito mais alto da cidade, pode se vacinar".


Primeiro Lyra 2025

Entre os dias 06 e 10 de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) realizou o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025. A ação visa produzir informações sobre o vetor das arboviroses pela identificação, coleta e análise de larvas e pupas de Aedes aegypti. Mais de 2 mil agentes de vigilância em saúde vistoriaram mais de 100 mil imóveis para coletar as amostras, que foram enviadas para o laboratório de entomologia. Foi constatado uma melhora no índice, que passou de 0,79 no mesmo período em 2024 para 0,74, em 2025. Este resultado é positivo, indicando uma redução em comparação com o verão anterior.

O LIRAa é um método de amostragem realizado em todos os municípios brasileiros. É uma importante ferramenta para mapear as regiões da cidade onde o Aedes aegypti está presente, traçando assim as estratégias para controle do vetor. O município é dividido em estratos com 8,2 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes e, em cada um desses recortes, 20% dos imóveis são visitados pelos agentes de vigilância ambiental, para verificar se existem focos de larvas do mosquito e quais os tipos de depósitos mais utilizados pelo Aedes aegypti para reprodução.


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