Trump assina ordem executiva para acabar com a cidadania por nascimento e retira EUA da OMS

Os Estados Unidos, país que é o principal doador da OMS, organização com sede em Genebra

Por Adriana França em 21/01/2025 às 09:01:13
Foto: Reprodução

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O presidente Donald Trump instruiu as agências governamentais dos EUA a não emitirem mais documentação de cidadania para bebês nascidos nos Estados Unidos de pais que não estejam em situação legal no país. As informações são do jornal Washington Post. Essa foi mais uma das várias ordens relacionadas à imigração que Trump assinou no Salão Oval, na noite de segunda-feira, após a posse.

A ordem de Trump busca reinterpretar a 14ª Emenda da Constituição, que concede cidadania a todas as pessoas nascidas em solo americano, uma mudança que os juristas dizem ser ilegal e será rapidamente contestada nos tribunais.

A medida cumpre um objetivo defendido por grupos conservadores, que dizem que muitos migrantes ilegais estão cruzando a fronteira para ter seus filhos nos Estados Unidos. A decisão impediria o Departamento de Estado de emitir passaportes e orientaria a Administração da Previdência Social a não reconhecer mais os bebês como cidadãos dos EUA. A ordem de Trump entrará em vigor nos próximos 30 dias.

Em 2018 e 2019, Trump ameaçou assinar uma ordem revogando a cidadania por nascimento, mas nunca o fez.

Não há dados concretos sobre o número de "imigrantes indocumentados" nascidos nos EUA. Mas de acordo com o Washington Post, citando o Pew Research Center, cerca de 4,4 milhões de crianças nascidas nos EUA e com menos de 18 anos viviam com um pai indocumentado em 2022. Pelo menos 1,4 milhão de adultos teriam pais indocumentados.

EUA x OMS

O presidente americano, Donald Trump, também assinou, nesta segunda-feira 20, depois de ser empossado presidente, um decreto para que os Estados Unidos deixem a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma instituição que ele atacou previamente por sua resposta à pandemia de Covid-19. Ao assinar o decreto na Casa Branca, Trump disse que os Estados Unidos pagam injustamente mais que a China ao organismo da ONU, e acrescentou: a OMS "nos roubou".

Os Estados Unidos, país que é o principal doador da OMS, organização com sede em Genebra, fornece um financiamento vital, que mantém diversas operações da organização.

Espera-se que sua saída gere uma reestruturação significativa da instituição e poderia causar interrupções em iniciativas de saúde global. Em seu decreto, Trump instrui as agências federais a "pausar futuras transferências de fundos do governo dos Estados Unidos, apoio ou recursos à OMS", e as insta a "identificar sócios americanos e internacionais confiáveis e transparentes para assumir as atividades necessárias previamente empreendidas pela OMS".

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