Ministério da Saúde define estratégia de vacinação contra dengue

Em 2023, o Brasil foi campeão de casos da doença no mundo

Por Conexão no Ar em 15/01/2024 às 09:31:48
Foto: Divulgação

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A estratégia de vacinação contra a dengue no país, prevista para começar em fevereiro, será norteada por uma reunião técnica hoje entre o Ministério da Saúde, a farmacêutica Takeda e entidades da sociedade civil. Face ao desafio da limitada capacidade de produção do laboratório, dois anos de recorde de mortes consecutivos pela doença e expectativa de até 5 milhões de casos em 2024, governo federal, estados e municípios tentam criar diferentes estratégias de combate à dengue.

A estratégia de vacinação contra a dengue no país, prevista para começar em fevereiro, será norteada por uma reunião técnica hoje entre o Ministério da Saúde, a farmacêutica Takeda e entidades da sociedade civil. Face ao desafio da limitada capacidade de produção do laboratório, dois anos de recorde de mortes consecutivos pela doença e expectativa de até 5 milhões de casos em 2024, governo federal, estados e municípios tentam criar diferentes estratégias de combate à dengue.

O ministério anunciou a incorporação da Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) no final de dezembro. A proposta de estratégia de vacinação que a fabricante sugeriu à pasta é imunizar apenas crianças de 4 anos e adultos de 55.

O ministério, contudo, avalia incluir mais idades na vacinação, conforme apurou a reportagem. Também pesa uma orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de outubro, que orienta aplicar a nova vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, considerando os locais de maior incidência da doença.

Dentro da previsão de doses distribuídas em 2024, de 5 milhões, privilegiar mais idades só funcionará havendo limitação regional. O plano do ministério é restringir a campanha aos municípios com transmissão elevada de dengue.

Em 2023, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, os municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados. O número de casos no último ano passou de 1,6 milhão, um aumento de 15,8% em relação a 2022, que registrou 1,3 milhão. Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás foram os lugares com maior incidência da doença.

Entre os municípios com mais casos em 2023, seis se destacam e vão passar receber do ministério mosquitos que não transmitem a dengue para tentar conter a doença — estratégia conhecida como método Wolbachia. São eles: Natal (RN, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC). Outras seis cidades já fazem parte do projeto e permanecerão: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).

— O Centro-Oeste vai ficar em nível epidêmico. No Sudeste, atenção para Minas Gerais e Espírito Santo, com potencial epidêmico. No Sul, o Paraná tem potencial muito alto. Já o Nordeste terá um aumento, mas abaixo do limiar epidêmico — indicou a secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.


Especialistas em saúde, contudo, alertam que qualquer movimentação de governo é limitada sem apoio da população. Estimativas chegam a sugerir que 90% dos criadouros de dengue estão em residências e áreas privadas — daí a necessidade que ocorra uma mobilização robusta. Além disso, é preciso que o sistema de saúde seja ágil para atender quadros com algum indicativo de gravidade.

Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conta que é preciso que as pessoas tenham atenção recorrente em suas residências.

— O ciclo do mosquito dura sete dias, entre ovo e mosquito. A cada semana é necessário revisitar, entender se tem ou não foco desse mosquito intradomiciliar — afirma Croda.


Fonte: Com informações de O GLOBO

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