Devido aos impactos e aos danos provocados pelas chuvas que caíram na cidade entre sábado (13/01) e domingo (14/01), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou situação de emergência no município. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial, na tarde deste domingo.
Na decisão, entre outras considerações, o prefeito justifica que a cidade entrou no Estágio 4 às 2h45 deste domingo, devido aos elevados acumulados pluviométricos em 24 horas, com diversas ocorrências em andamento, que provocaram impactos nas atividades de ordenamento, sobretudo na Zona Norte.
Entre os transtornos vividos no Rio ao longo do domingo estão a falta de luz no hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, e interdição da Avenida Brasil, a principal via da cidade.
Com a declaração de situação de emergência, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de respostas necessárias à redução dos efeitos causados pelas chuvas.
APOIO FEDERAL
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional informou na tarde deste domingo (14) que vai dar apoio para a cidade do Rio de Janeiro, que enfrenta fortes chuvas e alagamentos desde o último sábado. Segundo a pasta, o ministro Waldez Góes já conversou com o prefeito Eduardo Paes e colocou a estrutura da Defesa Civil Nacional à disposição do município, tanto em termos de recursos quanto de pessoal.
De acordo com o ministro Waldez Góes, a frente da pasta, o governo pode ajudar a região com compra de alimentos e água potável, assistência humanitária e também para restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura pública destruída ou danificada pelo desastre.
"Não faltarão recursos federais para atendimento à cidade do Rio de Janeiro. Essa é uma determinação do presidente Lula para qualquer caso de desastre em nosso País", afirmou Góez.
VOLUME RECORDE DE CHUVA
A tendência é que o céu permaneça encoberto a nublado com previsão de chuva fraca a moderada nas próximas horas. O Estágio 4 é o quarto nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade ou há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões. As principais recomendações para esse estágio são: adie compromissos; permaneça em local seguro; só se desloque se estiver em área de risco ou em caso de extrema necessidade; e ofereça abrigo a amigos e familiares.
Em função do deslocamento de uma frente fria estacionária sobre o oceano, o município do Rio foi atingido por uma chuva com caráter contínuo a partir da tarde de sábado. Os núcleos de chuva apresentaram uma característica com lento deslocamento pelos bairros da cidade. A Zona Norte do Rio foi a região mais atingida. Bairros como Anchieta, Pavuna, Acari, Madureira e Irajá registraram altos acumulados pluviométricos.
Em Anchieta, por exemplo, choveu 259,2 milímetros no período de 24 horas. Em apenas uma hora, a estação meteorológica do bairro contabilizou 72,6mm (às 22h30 de sábado). Os dois registros foram recordes da série histórica do Sistema Alerta Rio naquele equipamento. Em Irajá, o pluviômetro apontou 209,2 mm/24h (também recorde histórico para o bairro); já em Madureira, a chuva atingiu 186,4mm/24h. Os rios Pavuna, Acari, Quitungo e Cachorros extravasaram
Segundo informações do Sistema Alerta Rio, choveu em Anchieta, em apenas 24 horas, aproximadamente 40% a mais do que a média histórica de janeiro naquela região. Ou seja, em apenas um dia choveu muito mais do que era esperado para o mês inteiro: 138,4% da média de janeiro. O mesmo cenário verificou-se em Irajá: 123,6% da média de janeiro. Em Madureira, foram quase 10% a mais que a média mensal: 109,7% da média de janeiro.